sexta-feira, 11 de outubro de 2019

Viagens Missionárias de Pedro - 3ª Parte - para Onde Foi Pedro?

As Viagens Missionárias de Pedro
3ª Parte
Para Onde Foi Pedro?
Local da pregação de Pedro. Todos os lugares ficavam perto de Jerusalém e a tendência de sua pregação era sempre ir em direção a leste, para a Ásia
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- Prólogo -
Na 1ª parte deste assunto vimos que Pedro não foi para Roma. Na 2ª parte (subdividida em duas sub-partes no grupo Taubaté - SP) vimos que Pedro não foi "chefe" (papa) dos apóstolos e nem de uma suposta Igreja fundada por Cristo. Nesta 3ª e última parte veremos para onde exatamente exatamente foi Pedro em suas três viagens missionárias.
As viagens de Pedro, com exceção daquela, narrada em suas duas cartas, em que foi para Babilônia e arredores, acham-se narradas no início livro de Atos. Elas foram para  pregar aos judeus circuncisos que viviam em Jerusalém e arredores.
Antes disso, enquanto ainda andava com Jesus e os outros apóstolos, Pedro aprendia verdade. Durante este aprendizado, mostrou ser o mais impulsivo dos doze. Era sempre o que fazia as primeiras perguntas e, embora não entendesse do que Jesus estava falando mostrava forte fé naquilo que ouvia.
Mas a impulsividade fez com que Pedro  muitas  vezes errasse em seus julgamentos, precisando ser corrigido. Pedro só foi entender o que exatamente se requeria dele por parte do Cristo anos mais tarde, quando Paulo já havia se convertido. E foi o próprio Paulo quem o corrigiu (Gálatas 2:1-14) naquilo que pareceu ser seu último erro doutrinário. Foi esta forte fé e impulsividade que fez com que Jesus lhe chamasse de Pedro, ou "rocha", pois não era fácil dele entender as coisas dentro da nova Lei em que vivia, a Lei do Cristo.
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- O Início da Pregação -
Sediados em Jerusalém (o próprio Cristo ordenou que "permanecessem em Jerusalém" - Atos 1:4), os apóstolos se organizaram, com todos os outros cristãos convertidos, cerca de 120 (Atos 1:15) para cumprirem a ordem de Cristo: Pregar em toda a terra habitada (Atos 1:8).
Para isso seria preciso que falassem nas línguas  das terras em que iam pregar visto que todos eles eram galileus e falavam apenas uma língua. Desceu então "o ajudador", o espírito santo de Deus (ou o poder de Deus) e os fez falarem em línguas diferentes (Atos 2:1-13).
Pouco antes daquela ocasião, chamada de "pentecostes, Pedro e os outros apóstolos "de comum acordo" (e não de forma solitária) reconheceram que faziam parte daquele "ministério", ou "o serviço de pregação" e que neste precisava ser resolvido o problema causado pelo traidor Judas. Matias substituiu Judas e começou a ser contado entre os apóstolos (Atos 1:15-26).
É interessante notar que nesta ocasião Pedro "levantou-se NO MEIO dos irmãos" (Atos 1:15). Pedro não estava em um lugar de destaque entre eles. Apesar disso, os católicos indicam que este mero ato de  levantar-se não é por causa da natural impulsividade de Pedro, mas uma "prova de sua chefia". Logo em seguida ele se levantou mais uma vez para falar, mas desta vez "JUNTO" com os outros onze (Atos 2:14)..
Tudo o que Pedro disse naquela ocasião era dirigido a judeus familiarizados com a antiga Lei Mosaica. Pedro, por ser judeu, estava familiarizado com a Lei e os profetas. Como os outros apóstolos semelhantes a ele, podia pregar aos judeus sem que os ofendesse em seus próprios costumes.
Este foi o início da pregação cristã que, de Jerusalém iria se espalhar por toda a Terra. Há mais detalhes desta pregação em Jerusalém, que inclui até a cura de um paralítico (Atos 3:2-10) e o início da perseguição por parte dos líderes religiosos locais (Atos 4:1-22). Atos de cura, desde o tempo de Cristo eram uma forma de pregação, visto que mostrava "com quem realmente estava o favor de Deus", mas este dom cessaria com a partida (a morte) dos apóstolos visto que já haviam cumprido, assim como o dom de falar em línguas e outros dons milagrosos, seu papel na formação da célula matriz da organização cristã (1ª Coríntios 13:8-13).
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- Samaria - A 1ª Viagem Missionária -
É interessante notar que, em sua 1ª viagem missionária,  Pedro "foi mandado" ("enviaram" na versão católica Ave Maria e na "evangélica" João Ferreira de Almeida) a região da Samaria, junto com João (Atos 8:14). "Mandado", ou "enviado" por quem? O texto é claro: pelos apóstolos, como um todo. Samaria ficava ao norte de Jerusalém
Daí Pedro e João pregaram nas aldeias samaritanas próximas a Jerusalém (Atos 8:25)
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- Lida, Jope e Cesaréia - A 2ª Viagem Missionária -
Pedro, ao que tudo indica andava sempre na companhia de João e de mais alguns cristãos convertidos. Depois de "um bom número de dias", foi a Lida para pregar. Ali ele curou um paralítico mas atribuiu a cura ao poder de Jesus (Atos 9:32-35).
De lida subiram pouco mais ao norte para Jope por causa de Tabita (Dorcas) uma mulher que havia falecido. Em Jope Pedro ressuscitou Tabita e isso fez com que muitos se tornassem crentes em Deus (Atos 9:36-42)
De Jope Pedro subiu mais ao norte para Cesaréia a pedido de um oficial do exército, Cornélio (Atos 10:1-17). No caminho para Cesaréia, Pedro precisou ser corrigido no que toca a alimentação. Pedro, apesar de já estar vivendo sob a Lei do Cristo ainda mantinha certos costumes da Lei mosaica. Assim ele não comia certos tipos de alimentos considerados "impuros" pela Lei mosaica. Mas os céus "se abriram" para ele e o avisou de que era para parar de "chamar de impuros aquilo que Deus já havia purificado" (Atos 10:9-16).
Em Cesaréia Pedro pregou às pessoas das nações e elas receberam espírito santo da mesma forma que ele próprio e os outros cento e vinte havia recebido antes em Jerusalém. Isso deixou os fieis que acompanhavam Pedro (judeus circuncisos) "pasmados". Foi então que Pedro percebeu que a mensagem de Deus não seria só para os judeus, mas para todas as pessoas, de todas as nações que quisessem aceitá-la (Atos 10:34-48). É interessante que mesmo percebendo e falando disso, Pedro mais tarde incorreria no erro de fazer distinção entre judeus e gentios no que toca a pregação.
De Cesaréia, Pedro voltou para Jerusalém (Atos 11:1,2)
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- Prisão, Livramento e Fuga -
Depois destas viagens, Pedro permaneceu em Jerusalém. Mas o que havia feito incomodou os religiosos e o governante da Região. Herodes matou Tiago, irmão de João e vendo que isso agradou os líderes religiosos, prendeu Pedro.
A intenção de Herodes era, possivelmente,  eliminá-lo na frente dos líderes religiosos, como se havia feito antes com Cristo. Mas os anjos livraram Pedro da cadeia, mesmo estando ele sendo guardado por "quatro turmas de quatro soldados cada"
Depois que saiu da cadeia, Pedro foi até os cristãos de Jerusalém e pediu para que estes "relatassem a Tiago" o que lhe havia acontecido. Em seguida fugiu para lugar ignorado.
A partir de sua fuga, não se ouve mais falar em Pedro durante muitos anos (Atos 12:1-19).
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- Babilônia - 3ª e Última Viagem Missionária -
Depois daqueles acontecimentos em Jerusalém, no nascedouro da congregação cristã, só voltamos a ler sobre Pedro quando Paulo, já convertido a muitos anos, escreve aos Gálatas. Pedro estava em Jerusalém quando encontrou com Paulo (Gálatas 2:1)  e estava sendo designado para pregar aos circuncisos enquanto que Paulo pregaria aos incircuncisos (Gálatas 2:7,8).
Na ocasião Pedro foi "advertido" por Paulo, na frente de todos, pois ainda fazia o que era errado aos olhos de Deus, Pedro ainda tinha medo de pessoas (como teve ao negar Cristo três vezes) e fazia distinção entre pessoas das nações e circuncisos (Gálatas 2:11-14).
Esta incumbência, de pregar aos circuncisos levou Pedro para Babilônia, que era um "centro do judaísmo", a leste de Jerusalém enquanto Paulo se dirigia para o oeste, em direção a Roma.
Em Babilônia, Pedro escreve suas duas cartas (1ª e 2ª Pedro). O teor de suas cartas, ao contrário das de Paulo, indicam que ele se dirigia especificamente aos judeus circuncisos e não aos das nações.
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- Final -
Aproximadamente uns três anos  depois daquela reunião em Jerusalém, Paulo cita Pedro, chamando-o de "Cefas" por quatro vezes. Em nenhuma delas se refere a Pedro como sendo seu "chefe". A primeira carta aos Coríntios era para resolver assuntos doutrinários entre os cristãos (1ª Coríntios 1:12, 3:22, 9:5 e 15:5).
Depois disso a Bíblia não fala mais em Pedro. Não encontramos nela mais nada que o identifique. nem mesmo João, seu companheiro de pregação e que escreveu o Apocalipse o cita em suas cartas.

Estas foram as Viagens Missionárias de Pedro. Podemos notar que, em comparação com as viagens de Paulo, foram bem mais modestas e curtas.
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Fim.

terça-feira, 1 de outubro de 2019

A Bíblia Se Contradiz?

A Bíblia Se Contradiz?
Antes de dizer que "há contradições", os críticos da Bíblia deveriam lê-la. Mas não a leem.

- Prólogo -
A Bíblia é a Palavra de Deus. Foi escrita por vários homens inspirados por Ele, durante séculos para narrar apenas uma história: A restauração do reino de Deus aqui na Terra. Sendo a Palavra de Deus e narrando apenas uma história ela não pode se contradizer. Todos os seus livros tem de ser harmoniosos.
Apesar disso, muitas vezes levantam contra a Bíblia a acusação dela ser contraditória. O curioso é que tal acusação parte apenas de pessoas que nunca leram cabalmente a Bíblia. Ou eles inventam teses baseadas numa única passagem bíblica, ou apenas repetem o que ouviram outros falarem.
Alguns, apesar de quererem acreditar na Bíblia, encontraram o que parecem ser genuínas contradições, e isso os perturba.
O que acontece nesses casos é que é que os escritores bíblicos tinham formações, estilos de escrita e dons diferentes, e refletiram seus estilos quando escreveram a Bíblia.Normalmente porém, os críticos, não levam isso em conta em seus julgamentos
É por isso que quando dois ou mais escritores tratam do mesmo evento, um deles talvez inclua pormenores que o outro omita. As vezes alguns deles apresentam o relato de em ordem cronológica, ao passo que outro talvez siga um arranjo diferente.
Isso são contradições? Para os críticos, que não leem a Bíblia sim, mas para os que a leem cabalmente é o contrário: Uma narrativa, ao invés de contradizer, enriquece a outra.
Vejamos alguns exemplo de "contradições" apontados pelos críticos:
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- 1º) O Oficial do Exército -
Veja por exemplo Mateus 8:5 onde lemos que, quando Jesus entrou em Cafarnaum, “veio a ele um oficial do exército, suplicando-lhe” que Jesus curasse o servo dele. Mas em Lucas 7:3 lemos que esse oficial do exército “enviou-lhe anciãos dos judeus para lhe pedirem que viesse e fizesse seu escravo passar por isso a salvo”.
A dúvida é: Foi o oficial do exército quem falou com Jesus ou enviou ele anciãos?
Pode parecer incrível, mas, unicamente com base nestes dois, os críticos, muitos deles líderes religiosos, dizem que a Bíblia inteira é contraditória. Mas, se pensassem um pouco mais veriam o seguinte:
Evidentemente o Oficial enviou anciãos dos judeus. Por que então diz Mateus que o próprio homem suplicou a Jesus? Simplesmente porque, o homem realmente pediu isso a Jesus, embora por meio dos anciãos judeus. Os anciãos serviram de porta-vozes dele. Mateus simplesmente não mencionou os anciãos, ou o meio de pedir que o oficial usou mas apenas o pedido do oficial.

Para entender melhor isso, imagine que você receba uma carta, enviada do correio, de alguém lhe pedindo ajuda. O fato da carta ter sido entregue por um carteiro te causaria dúvida quanto a autoria dela? Certamente que não. Do mesmo modo aconteceu com o relato de Mateus.
Pense também no seguinte: Lemos em 2ª Crônicas 3:1: “Por fim, Salomão principiou a construir a casa de Deus (o Templo) em Jerusalém.” Mais adiante, lemos: “Assim Salomão acabou a casa de Deus" (2ª Crônicas 7:11).
Será que Salomão pessoalmente construiu o templo do começo ao fim?
Claro que não. A construção propriamente dita foi feita por uma multidão de artífices e trabalhadores. Mas Salomão foi o organizador da obra, o responsável por ela. Por isso, a Bíblia diz que foi ele quem construiu a casa.
Do mesmo modo, o Evangelho de Mateus nos diz que o comandante militar 'se dirigiu' a Jesus. Lucas apenas acrescenta o pormenor de que ele se dirigiu a Jesus por meio dos anciãos judeus.
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- 2º) Os Filhos de Zebedeu -
Veja outro exemplo, como o de cima, citado pelos críticos. Em Mateus 20:20, 21, lemos: “Aproximou-se [de Jesus] a mãe dos filhos de Zebedeu com os seus filhos, prestando homenagem e pedindo-lhe algo.” Ela pediu que seus filhos obtivessem a posição mais favorecida quando Jesus entrasse no seu Reino.
No relato de Marcos sobre esse mesmo evento lemos: “Tiago e João, os dois filhos de Zebedeu, aproximaram-se [de Jesus] e disseram-lhe: ‘Instrutor, queremos que faças para nós o que for que te peçamos.’” (Marcos 10:35-37).
Dúvida: Foram os dois filhos de Zebedeu, ou foi a mãe deles, quem fez o pedido a Jesus?

Do mesmo modo como aconteceu com os relatos de 2ª Crônicas, fica evidente que foram os dois filhos de Zebedeu que fizeram o pedido, conforme Marcos declara. Mas fizeram-no por meio da sua mãe, conforme Mateus diz. Ela era porta-voz deles. Isso é apoiado pelo relato de Mateus, de que, quando os outros apóstolos souberam o que a mãe dos filhos de Zebedeu tinha feito, ficaram indignados, não com a mãe, mas “com os dois irmãos”. — Mateus 20:24. Se tivesse sido obra apenas da mãe deles, não haveriam motivos para serem censurados.

Escutou alguma vez duas pessoas descreverem um acontecimento presenciado por ambas? Em caso afirmativo, notou que cada pessoa enfatizou os pormenores que mais a impressionaram? Uma delas talvez deixasse fora coisas que a outra incluiu. Ambas, porém, falaram o mesmo relato.
O mesmo se dá com os quatro relatos evangélicos sobre o ministério de Jesus, assim como se dá com outros eventos históricos relatados por mais de um escritor bíblico. Cada escritor escreveu informações exatas, mesmo que um relatasse pormenores que outro omitiu. Por se considerarem todos os relatos, pode-se obter um entendimento mais pleno do que aconteceu. Essas variações provam que os relatos bíblicos são independentes. E sua harmonia básica prova que são verídicos.
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- 3ª) Os Filhos de Eva -
Muitas vezes, aparentes incoerências podem ser solucionadas por se examinar todo o contexto. Considere o muitas vezes levantado "problema" da esposa de Caim.
Lemos em Gênesis 4:1, 2: “A seu tempo, [Eva] deu à luz Caim e disse: ‘Produzi um homem com o auxílio de Deus.’ Mais tarde deu novamente à luz, seu irmão Abel.”
Conforme é bem conhecido, logo em seguida a este relato Caim matou Abel. Mas, depois, lemos sobre Caim ter uma esposa e filhos (Gênesis 4:17).
Se Adão e Eva tiveram apenas dois filhos, Conforme dizem os críticos, onde encontrou Caim a sua esposa? Alguns "especialistas" explicam que "só pode ser porque havia outros seres humanos na Terra além de Adão e Eva" (teorizados por alguns como "povos" [o povo "Adão" e o povo "Eva"])

Mas, bastaria prosseguir a leitura para que a solução para este "problema" fosse resolvido.
Em Gênesis 5:3 lemos que Adão tornou-se pai de outro filho, chamado Sete, e então, no versículo seguinte, lemos: “Ele se tornou pai de filhos e de filhas.” (Gênesis 5:4).
De modo que Caim se casou com uma das suas irmãs ou mesmo com uma das suas sobrinhas, uma das filhas de casamentos de seus outros irmãos e irmãs mencionados apenas como "filhos e filhas".
Naquele estágio inicial da história humana, quando a humanidade estava ainda perto da perfeição física, tal casamento evidentemente não apresentava os riscos para os filhos da união como apresentaria hoje em dia.
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- 4ª) A Discordância de Paulo e Tiago -
Considerarmos o contexto ajuda-nos também a entender o que alguns afirmam ser uma "discordância" entre o apóstolo Paulo e Tiago.
Em Efésios 2:8, 9, Paulo diz que os cristãos são salvos pela fé, não por obras. Ele diz: “Fostes salvos por intermédio da fé . . . não se deve a obras.” Tiago, porém, insiste na importância das obras. Ele escreve: “Assim como o corpo sem espírito está morto, assim também a fé sem obras está morta.” (Tiago 2:26).
É a fé ou são as obras que salvam as pessoas?

No contexto, verificamos que uma declaração não contradiz, mas complementa a outra.
O apóstolo Paulo refere-se aos esforços dos judeus de guardar a Lei mosaica. Eles acreditavam que, se guardassem a Lei em todos os seus pormenores, seriam justos e, portanto salvos. Mas Paulo salientou que isso era impossível. "Nunca podemos tornar-nos justos — e assim merecer a salvação — por nossas próprias obras, porque somos inerentemente pecaminosos. Podemos ser salvos apenas pela fé no sacrifício resgatador de Jesus". — Romanos 5:18.
Paulo estava se referindo as obras prescritas na Lei Mosaica, já extinta pela vinda de Jesus mas ainda seguida pelos judeus. Ao mesmo tempo frisava que aqueles judeus deveriam, a partir daquela hora "exercer fé" na nova Lei do Cristo, para então começarem a produzir as "obras" nela requeridas.
Tiago, por sua vez, complementou o que Paulo disse. Referindo-se, não aos judeus, mas aos que já haviam abandonado a antiga Lei pela nova Lei do Cristo, acrescenta o ponto vital de que a fé, por si só, não tem valor, se não é apoiada por obras. Quem afirma ter fé em Jesus deve provar isso por aquilo que faz. A fé inativa é uma fé morta, e não resulta em salvação.
Para os dois apóstolos a fé era importante, desde que fosse a fé exercida na Lei do Cristo, e as obras eram o que realmente salvavam, desde que fossem obras requeridas na nova lei do Cristo.
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- 5ª) Josué e Moisés -
Como acontece com qualquer grupo de pessoas que relatam um mesmo evento, os escritores bíblicos também escreveram, de pontos de vista diferentes, sobre o mesmo acontecimento E apresentaram seus relatos de modos diferentes. Significa isso que se contradizem? Não.
Quando essas diferenças são tomadas em consideração, é fácil solucionar outras aparentes contradições.
Um exemplo disso encontra-se em Números 35:14, onde Moisés fala a respeito do território a leste do Jordão como “deste lado do Jordão”. Josué, porém, falando sobre a mesma terra, chamou-a de o “outro lado do Jordão” (Josué 22:4). Josué contradisse Moisés?

Não houve contradição, ambos estão certos. Segundo o relato em Números, escrito por Moisés os israelitas ainda não haviam atravessado o rio Jordão para a Terra da Promessa, de modo que o leste do Jordão era ‘este lado’. Mas Josué já havia atravessado o Jordão quando fez seu relato. Ele se encontrava então literalmente ao oeste do rio, na terra de Canaã. De modo que o leste do Jordão, para ele, era o “outro lado”.
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- 6ª) A Criação do Homem e dos Animais -
Além disso, a maneira que uma narrativa é feita pode levar a uma aparente contradição.
Em Gênesis 1:24-26, a Bíblia indica que os animais foram criados antes do homem. Mas Gênesis 2:7, 19, 20 parece dizer que o homem foi criado antes dos animais.
Levem em conta que o livro de Gênesis foi escrito por Moisés e, portanto os dois relatos foi escrito pela mesma pessoa. Moisés contradiz a si mesmo?
Não. Isso acontece porque os dois relatos da criação consideram-na de dois pontos de vista diferentes, embora sejam da mesma pessoa.
O primeiro ponto de vista descreve a criação cronológica dos céus e da terra, e de tudo o que há neles (Gênesis 1:1–2:4). O segundo concentra-se na criação da raça humana e no início da história humana que levou a sua queda no pecado. — Gênesis 2:5–4:26.

O primeiro relato é composto de forma progressiva, dividido em seis “dias” ("épocas") consecutivos. O segundo se acha escrito em ordem da importância dos assuntos.
Depois de um curto prólogo, passa diretamente, de forma lógica, para a criação de Adão, visto que ele e sua família, e não os animais, são o assunto daquilo que segue (Gênesis 2:7).
Outras informações são então acrescentadas conforme necessárias. Ficamos sabendo que Adão, depois da sua criação, devia viver num jardim no Éden. De modo que se menciona então o estabelecimento do jardim do Éden (Gênesis 2:8, 9, 15). Deus mandou que Adão desse nome a “todo animal selvático do campo e toda criatura voadora dos céus”. Era então tempo de mencionar que “Deus estava formando do solo” todas essas criaturas, embora a criação delas tivesse acontecido muito antes de Adão aparecer no cenário. — Gênesis 2:19; 1:20, 24, 26.

O caso da "formação dos animais" é o mesmo da "formação da Terra", descrita em Gênesis 1:1-14.
Primeiro Deus "criou a Terra", que devia estar coberta inteiramente por água (Gênesis 1:2), assim como criou o Universo inteiro. Muito tempo depois ele começou a "formar a terra" para que ela pudesse ser habitada (Gênesis 1:3-14). Os animais já estavam ali, muito tempo antes do homem ser criado, mas começaram a ser "formados", a partir do nome que receberam de Adão. Passaram então a ser conhecidos por nome a a existirem do ponto de vista humano.
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- 7ª) A Conquista de Jerusalém -
Às vezes, para resolver aparentes contradições, só é preciso ler o relato, do ponto de vista histórico e geográfico, com cuidado e raciocinar sobre as informações providas.
Isso se dá quando consideramos a conquista de Jerusalém pelos israelitas. Jerusalém estava alistada como parte da herança de Benjamim, mas lemos que a tribo de Benjamim não conseguiu conquistá-la (Josué 18:28; Juízes 1:21).
Lemos também que Judá não conseguiu conquistar Jerusalém — como se fizesse parte da herança dessa tribo. Por fim, Judá capturou Jerusalém, incendiando-a (Josué 15:63; Juízes 1:8).
Todavia, registra-se também que Davi, centenas de anos depois, conquistou Jerusalém. — 2ª Samuel 5:5-9.
À primeira vista, tudo isso pode parecer confuso, mas realmente não há contradições.

De fato, a fronteira entre a herança de Benjamim e a de Judá estendia-se ao longo do Vale de Hinom, atravessando a antiga cidade de Jerusalém. A parte que mais tarde passou a ser chamada de Cidade de Davi estava realmente no território de Benjamim, assim como Josué 18:28 diz.
Mas é provável que a cidade jebuseia de Jerusalém se estendesse para o outro lado do vale de Hinom e assim passasse para o território de Judá, de modo que também Judá tinha de guerrear contra os seus habitantes cananeus.
Benjamim não conseguiu tomar a cidade. Em certa ocasião, Judá tomou Jerusalém e incendiou-a (Juízes 1:8, 9). Mas as forças de Judá evidentemente passaram adiante, e alguns dos habitantes originais recuperaram a posse da cidade.
Mais tarde, constituíam um bolsão de resistência que nem Judá nem Benjamim conseguiram remover. De modo que os jebuseus continuaram em Jerusalém até Davi conquistar a cidade centenas de anos mais tarde.
Ou seja: trata-se de um simples e longo relato temporal que os críticos não levam em conta e leem-no como se todo o evento tivesse acontecido em menos de um mês.
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- 8ª) A "Via Sacra" de Jesus -
Lemos no Evangelho de João a respeito de Jesus ser levado para ser morto: “Levando ele mesmo a estaca de tortura, saiu.” (João 19:17).
No entanto, lemos em Lucas: “Então, quando o levaram embora, pegaram Simão, certo nativo de Cirene, que vinha do campo, e puseram nele a estaca de tortura para a levar atrás de Jesus.” (Lucas 23:26).
Foi Jesus quem carregou o instrumento da sua morte ou foi Simão quem o carregou para ele?

Como acontece no relato da conquista de Jerusalém, tudo é uma questão temporal, não levada em conta pelos críticos.
No começo de sua "Via Sacra", Jesus evidentemente carregou a sua própria estaca de tortura, assim como João indica. Pouco mais tarde, porém, conforme atestam Mateus, Marcos e Lucas, Simão de Cirene foi recrutado para carregá-la por ele o restante do caminho até o lugar da execução. Simplesmente, Jesus ficou exausto e por isso precisou ser ajudado. Um simples raciocínio na questão nos leva a este resultado, mas, ao que parece, nem isso os críticos possuem.
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- Conclusão -
É verdade que há na Bíblia algumas aparentes incoerências difíceis de serem conciliadas. Seria preciso um estudo cabal nela.
Mas não devemos presumir, antes de um escrutínio pormenorizado, que se trata definitivamente de contradições. Muitas vezes se trata apenas dum caso de falta de informações completas.
A Bíblia fornece suficiente conhecimento para satisfazer nossas necessidades espirituais. Mas se ela nos fornecesse todos os pormenores sobre cada evento mencionado, ela seria uma enorme biblioteca, difícil de manejar e impossível de ser lida durante uma vida inteira. Mas em vez disso, ela é o livro jeitoso, fácil de carregar, que temos hoje.
E leve em conta que os historiadores estão sempre descobrindo fatos históricos do passado que corroboram o que está escrito na Bíblia. Muitos eventos históricos que antes só se encontravam relatados na Bíblia, passaram a ter, principalmente durante o Séc XX, respaldo em descobertas arqueológicas.
Tudo depende da nossa fé na palavra de Deus

Na realidade, a Bíblia é um milagre de condensação. Contém informações suficientes para habilitar-nos a reconhecê-la como mais do que mera obra humana. Quaisquer variações que contém provam que os escritores deveras eram testemunhas independentes. Por outro lado, a notável unidade e coerência, dado o tempo em que foi escrita, a Bíblia demonstra sem qualquer dúvida a sua origem divina. Ela é a palavra de Deus, não de homem. E como tal NÃO PODE SER MUDADA a ponto de confundir e causar estranheza aos homens de fé.

Deus É Cruel?

Deus É Cruel?
Hitler ainda um bebê. Você mataria este bebê se soubesse o que ele vai fazer se crescer?

- Considerações Iniciais -
Muitos hoje em dia dizem que "Deus é Cruel". Por que dizem isso?
Porque, ao lerem a Bíblia, se deparam com textos que falam sobre a destruição de povos inteiros, incluindo suas crianças.
Veja o caso dos Amalequitas, por exemplo. Deus disse a Moisés: "Apagarei completamente a lembrança dos amalequitas de debaixo dos céus" (Êxodo 17:9).
Houve também a destruição de todos os povos cananeus. Os israelitas, sob as ordens de Deus, tinham que, não só destruir as pessoas mas também os animais destes povos, para depois ocupar a terra deles.
A destruição de Sodoma, Gomorra, Adma e outras cidades ao redor foi executada pelo próprio Deus. Antes disso houve o Dilúvio global, que destruiu o mundo todo, com exceção de Noé, sua esposa, seus filhos e as esposas de seus filhos.
Será que Deus é realmente cruel por ter feito essas coisas?.
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- Você é Cruel? -
Considere o seguinte: Se você, vivendo na Áustria, no final do Séc XIX, soubesse que um bebê austríaco (veja a foto), ao crescer causaria a morte de milhões de pessoas, incluindo bebês como ele mesmo foi e toda a sua família, o que você faria? Se você não fizesse nada, não o matasse, seria cúmplice do enorme genocídio causado décadas mais tarde, concorda?
Nós não temos essa capacidade, de ver o futuro. Mas Deus tem. Por isso seus julgamentos são justos. Se ele destruiu aquelas pessoas, incluindo os mais jovens pode ter certeza de que foi para o bem do seu povo e de todos os que o amam.
Mesmo assim, houve falhas, não da parte de Deus, mas da parte dos homens.
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- A Desobediência a Deus Causa Transtornos -
Os israelitas no entanto desobedeceram a ordem de Deus para matar todas as pessoas cananeias. Eles preservaram vivas algumas meninas, para se casarem com elas ou para terem concubinas. Em que isso resultou?
Os descendentes dessas uniões, mais tarde causaram a ruptura da fé judaica fazendo alguns se voltarem contra Deus e a praticarem a antiga religião cananeia, que incluía sacrifícios de bebês a deuses como Baal e Gogh. Dessas divisões nasceram seitas judaicas, totalmente desvinculadas da adoração verdadeira que lutavam entre si fazendo com que o povo judeu perdesse sua força e fosse conquistado por outros povos, onde milhões foram mortos a espada.
Isso não aconteceria se tivessem obedecido as ordens de Deus cabalmente.
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Continua ...

O Fim da Mad

O Fim da Mad
Capa do último Nº da Revista Mad


Quem foi leitor de quadrinhos nos anos 70 e 80 com certeza conheceu a revista que satirizou o cinema, as séries, o cotidiano e que influenciou todo o humor feito no Ocidente.
O último nº da MAD saiu em junho deste ano (2019) nos EUA e trouxe, pela 1ª vez em 67 anos de publicação, o sempre sorridente personagem Alfred Newman as lágrimas.
Na verdade, para os padrões dos dias atuais, aquele tipo de humor já estaria ultrapassado, e MAD não poderia se adaptar, caso contrário não seria mais ela.
Nada escapava ao seu humor mórbido, as vezes maldoso, mas sempre inteligente.
Pelo sucesso nos EUA, era traduzida e adaptada para muitos outros países, incluindo o Brasil.

Artistas da caneta de nanquim prometem que ainda haverá mais algumas publicações da MAD. Reprises de números antigos ou coletâneas de artistas já falecidos, como a própria revista fazia no final de cada ano com a sua "Retrospectiva MAD".
Números inéditos porém, nunca mais.
Se você vir por aí alguma edição "nova" da MAD, pode ter certeza: é plágio.

MAD foi para junto de outras publicações influentes já extintas, como "A Cigarra" ("assassinada" em 1975), "Manchete" ("falecida na miséria" em 2000) e "Folha de São Paulo", que se "suicidou nas drogas" em 2018.

Greta Thumberg - Prova de Um Mundo Enlouquecido

Greta Thumberg 
Prova de Um Mundo Enlouquecido
Menina é usada na ONU para divulgações de FakeNews "oficiais"

Aos 16 anos, uma menina deveria estar dividindo seu tempo entre a escola e o lar, se preparando para ser feliz como uma boa mãe, uma boa dona de casa e uma boa funcionária de qualquer empresa.

Não é o caso de Greta Thumberg, da Suécia, um país que não sofre com o clima. Ela despreza a escola. "Mata" as aulas para "protestar pelo clima", diante de locais políticos. Seus slogans giram em torno do que lê na Internet não importando se oriundos de FakeNews ou Blogs partidários.
Com tal comportamento ela virou ícone em muitas escolas do mundo. Professores a admiram. Seus pais, uma cantora e um ator parecem não se importar.
Greta, pelo que é registrado, tem diversos problemas psicológicos: Mutismo Seletivo, Transtorno Obsessivo Compulsivo, TDHA e Síndrome de Asperger) Ficou famosa com seus desserviços escolares. Ao invés de a tratarem oferecendo especialistas na área psicológica, os políticos suecos, ao verem nas ruas gritando, a convidaram para ser "a Voz do Clima" na Onu.

E aqui vemos Greta perturbada mentalmente. Num discurso obviamente ensaiado - incluindo choro e voz embargada ensaiados - fala uma porção de asneiras, totalmente sem nexo com a realidade, na Assembleia Geral da Onu (de Setembro/2019).
É aplaudida pelos líderes mundiais, tal como acontece em festas de aniversários de crianças, onde ser apresenta uma peça teatral infantil.
No entanto, suas artísticas e folclóricas palavras virarão sérias ações, políticas e sociais, em diversos cantos do mundo, começando pela "matação de aulas".

Com Vocês o "Presidente" Lula

Com Vocês o "Presidente" Lula
Notícia do dia 24 de setembro de 2019 do site MSN: Lula não está preso e é Presidente!


- Vivendo no Folclore do Passado -
O site MSN do dia 25/09/2019 compartilhou uma matéria da revista Veja. Os dois portais chamam Lula de "presidente". Bolsonaro é apenas o "presidente em exercício", substituindo-o enquanto ele "cumpre agenda na cela da Polícia Federal"!
Quase todos os dias vemos fotos do Lula nos veículos agora 'desinformativos' da Imprensa. Globo, Veja, Folha, Etc sempre o apresentam em suas fotos antigas, algumas com mais de 10 anos, de terno e discursando. A intenção é clara: Manter Lula na mídia como se ele ainda fosse influente para o país, apesar de estar preso. E de fato é! Para uma pequena minoria de fanáticos. Lula ainda é aquele que "manda", pois é o "Presidente". A imprensa, que é parte desta minoria, nunca o menciona como sendo um condenado.

Todos os dias acontecem coisas dignas de serem notícia. Mas, para a Imprensa a informação não interessa. O que interessa é o que o "presidente" Lula esteja fazendo. É como se ele não estivesse encarcerado. Quando o mencionam preso, a reportagem vem sempre ancorada num "especialista" (geralmente um "leitor" da Folha) que tenta desqualificar os processos que o condenaram. Para a imprensa, quem entende de Justiça não é Sérgio Moro, Juristas neutros ou a própria Constituição. São os ativistas petistas sem estudo algum.

Desta vez, sem ser citado nominalmente, Lula se inseriu no discurso de Bolsonaro na Onu. Ao seu ver, ele "foi citado sim". E Bolsonaro deveria ter "presumido que ele, Lula, é inocente"!
Como estadista que é, Lula resolveu acionar os órgãos de Justiça Internacionais para, com base no que foi dito pelo "presidente em exercício", quem sabe até se livrar da cadeia. Lula não acredita na Justiça brasileira já que ela puniu alguns de seus crimes. E se a Onu não acatar o que diz, ela também não será considerada justa. "O mundo inteiro não é justo! Só Lula que é!"

Se você procurar por esta matéria no MSN, verá que a menção "presidente" já foi corrigida. Pega mal ser tão incoerente. Mas a correção, no entanto foi mal feita e jogou o nome do Lula para fora das margens do texto. A imprensa não aguenta se manter na realidade e esporadicamente chama Lula de "presidente" até que os comentários a faça corrigir.
De qualquer forma, para ouvir que Lula é o "presidente" do Brasil - assim como o ator José de Abreu também é - e que Dilma é a "presidenta", basta conversar com qualquer petista.

Lino - Um Papa Eleito Aleatoriamente

Lino - Um Papa Eleito Aleatoriamente
Representação artística de Lino, um gentio romano convertido ao cristianismo nos tempos apostólicos
que a igreja Católica colocou como "Papa" substituindo Pedro, embora este ainda vivesse.

Lino viveu em Roma na época em que os apóstolos estavam vivos e sediados em Jerusalém (Atos 1:4). Haviam cristãos convertidos, tanto dos judeus como de gentios. E Lino, antes de ser convertido, era dos gentios romanos.
Em tais circunstancias ele jamais poderia ter sido o "chefe" dos cristãos. Mesmo que existisse tal chefia, logicamente esta seria de um dos apóstolos. Mas a Igreja católica colocou Lino, e não um apóstolo como chefe. Contudo há mais.
Na lista de Papas da Igreja Católica, admitidamente elaborada apenas em 2001, os primeiros quatro mencionados como "sucessores de Pedro" são: Lino (67-76), Anacleto (76-88), Clemente I (88-97) e Evaristo (97-105). Todos os quatro viveram na época em que os apóstolos estavam vivos
Será que tal lista é válida? Seria correto afirmar que pessoas convertidas se tornaram "chefes" dos apóstolos? Mencionaram os apóstolos tal chefia? Não. Vamos ver, por exemplo, o caso de Lino.
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- Uma Única Citação Válida -
Lino é mencionado uma única vez na Bíblia. No final da segunda carta de Paulo a Timóteo (2ª Timóteo 4:21) escrita em Roma em 65. Ele é um discípulo, estando portanto abaixo dos apóstolos, na dianteira da congregação cristã. É romano e, portanto um gentio convertido. Na carta de Paulo é mencionado "enviando cumprimentos" a Timóteo, junto com Êubulo, Prudente, Claudia e "todos os outros irmãos" e só. Ninguém especial ou de destaque.
Fora esta citação de Paulo, o nome "Lino" aparece em mais duas citações históricas consideradas "as mais antigas". E ambas não o situam como "Papa".
Uma é de Tertuliano (160-220). Ele cita Clemente, e não Lino como "sucessor" de Pedro. Mas a vida do próprio personagem Tertuliano não é conhecida e nem seus escritos comprovados como sendo dele. Muito folclore cerca sua existência e há quem diga que a citação dele sobre "Papa" foi criada apenas nos tempos modernos. A outra citação é de outro personagem igualmente controverso e incerto, Irineu (130-202). Ele cita Lino como "2º Bispo de Roma". Mas é interessante notar que Irineu e Tertuliano se contradizem mesmo sendo contemporâneos. Isso reforça as teses de que o que ambos não disseram o que se lhes atribuem.
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- Citações da Tradição Não Bíblica -
Há outras quatro citações: Júlio Africano (Político romano), Hipólito (170-236, considerado o primeiro "antipapa", por ser "contra as ideias dos pais da Igreja"), Eusébio (265-339, considerado o "pai da História da Igreja a partir do Concílio de Nicéia [325]) e o Catálogo liberiano (uma lista de supostos "bispos de Roma", atribuída a Libério (310-366), o 36º Papa). Nenhuma dessas fontes pode ser eficazmente comprovada. De qualquer forma, estas citações fazem parte de uma tradição de fora da Bíblia e não encontram respaldo nela.
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- Um Papa Fora do Contexto Apostólico -
No entanto a Igreja o colocou como "2º Papa" apenas dois anos depois da carta de Paulo. sucedendo a Pedro e "suplantando" todos os apóstolos. Pedro, por exemplo ainda estava vivo, já que escreveu a sua segunda carta em 64 enquanto pregava aos judeus circuncisos de Babilônia e arredores.
O que atesta definitivamente contra a suposta "eleição e chefia da Igreja" por parte de Lino (bem como a de todos os outros "papas"), é não ser ela mencionada por nenhuma das cartas apostólicas escritas depois (a última foi o Apocalipse de João, escrito em 96 DC).
Caso fosse o "papa", ou o "chefe", certamente o mencionariam. O próprio Lino não escreveu nada inspirado para fazer parte da Bíblia e nem influenciou os apóstolos.
Seria lógico que Lino fosse "o chefe", e por exemplo, João, o escritor de três cartas inspiradas e o Apocalipse, um apóstolo que andou com Cristo e Pedro e viveu até depois do ano 100 não?
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- Papas Por Acaso -
Na mesma situação estão os outros três "sucessores". Todos eles, segundo a Igreja, embora não fizessem parte dos apóstolos, supostamente se tornaram "chefes" deles. E desses três, apenas Clemente é mencionado na Bíblia, e também só uma vez. Na carta de Paulo aos Filipenses, escrita em Roma em 61 DC ele é mencionado junto com "todos os outros cristãos", que "se esforçam na pregação", junto com Paulo. Exatamente o que fazem todos os cristãos convertidos pelos apóstolos ou por qualquer outro do grupo de cristãos convertidos.
Clemente também, como gentio convertido romano, não é ninguém especial. Mas a igreja o colocou como o terceiro sucessor de Pedro, o "chefe" em Roma da congregação cristã, cuja base estava em Jerusalém junto com os apóstolos ainda vivos.
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- Conclusão -
Certamente, quando elaborou a lista de papas, a Igreja Católica não imaginava que as evidências históricas seriam estudas e a colocaria por terra. Com certeza a lista foi elaborada a esmo, sem qualquer estudo ou consideração. Esperavam que ninguém fosse questionar.
Na verdade nunca existiu chefes humanos entre os cristãos. O próprio Pedro não foi o chefe da Igreja como dizem. Veja aqui as evidências: