quarta-feira, 27 de julho de 2016

Taubaté Cidade Cara Pra Dedéu - Episódio 3 - Adeus Futura Paz!

Taubaté Cidade Cara Pra Dedéu!

Episódio 3: Adeus Futura Paz!

O que meia dúzia de cerveja, a R$ 4,00 a latinha, não faz na cabeça do pião?



Pronto! Cheguei em um sábado a tarde. Aqui estou, mais uma vez, no antiquíssimo e saudoso município de Taubaté de 2016. As coisas são bem diferentes e muito melhores de como são no meu tempo real, no ano de 3.165... que felizmente vai demorar muito para chegar.
Andando um pouco pude lembrar vagamente de como eu era. Maravilhei-me ao ver a estrutura rudimentar da cidade.
Quando estava em frente de um supermercado "Macumo" - nome fictício para não complicar o verdadeiro - um sentimento de euforia tomou conta de mim. Até entrei para beber uma cervejinha e perturbar pessoas na fila da lotérica. Nessa época as pessoas não podiam te ferir como as da minha.
Mostrei uma foto para a balconista do "Cada Pastel" (outro nome fictício) e ela me perguntou onde era aquele lugar. "
Esse lugar ainda não existe! É a minha antiga,,, ou melhor, minha futura e ex casa!
" respondi. Ela me tomou por louco. É loucura? Não. Explico.


No ano de 2046 a ciência descobriu o segredo da vida eterna e, através de uma simples injeção à laser, aplicada na base da nuca, eu, que já contava com 84 anos fui rejuvenescido.
Contudo foi somente em 2.463, que eu sendo uma das poucas pessoas conscientes dos anos 70 do século XX, seria útil para lembrar de fatos importantes passados nessa região, já que com a 5º Guerra Mundial arquivos importantes daquela - ou dessa - época foram perdidos. 
Lembro-me então que, voltando à 2016, pela primeira vez, através do sistema de viagem temporal, que durava um dia, permitida somente para fins didáticos (pois a volta ao passado faria com que o efeito da injeção de vida eterna se perdesse) consegui uma cópia dos meus arquivos, então guardados em "Cloud" (nuvem), uma arcaica forma de armazenamento, que podia ser facilmente invadida, e voltei para o futuro sem que ninguém percebesse.
.
Mas agora, nesta segunda vez, era diferente. "
Estou fugindo
", como disse à balconista, "
de uma época posterior, 702 anos depois
".
"
Do Séc. XXX, eu não quero mais saber
" - A esta altura a garçonete já pensava que eu estava bêbado - "
Não havia mais guerra, doença ou crime. O problema era outro: O excesso de paz é que me incomodava
".
Por que havia paz? Haviam abolido o casamento; não podíamos mais ter filhos e tentavam extirpar, via cirurgia telepática, toda a população para que não mais amasse, o que representava perigo de superpopulação, já que ninguém mais morria.
Já havíamos colonizado, à exaustão, a Lua, de onde eu vim, Marte e Vênus e não havia mais nenhum planeta habitável disponível. “
Furtivamente entrei na sala da viagem e cá estou
”.
A estas alturas a balconista já nem me ouvia mais.
Fui embora do Macumo. Já estava ficando noite.

Meu plano agora é viver por aqui mesmo por mais alguns anos e quando chegasse a hora de me rejuvenescerem, como já disse antes, eu rejeitaria e outro viria em meu lugar.
Finalmente eu iria saber como e quando morri, bastando para isso voltar para casa e seguir com a mesma boa vida que tive no passado. Minha esposa resmungando porque bebi uma cervejinha, as contas altas para pagar e o delicioso medo de ser assaltado na porta de casa. Tudo isso me aguardava novamente e eu me pergunto: "
Por que é que não voltei antes?
"
.
Já em frente de casa, como se tivesse voltado do bar, tiro do bolso a velha fotografia, do ano de 2.463, onde vivi feliz por uns 800 anos... Até me entediar!
É... Meus amigos! Naquela época, os velhos rejuvenescidos mais antigos, ainda podiam imprimir imagens em papeis, semelhantes a velhas fotografias, para guardarem de lembrança! E esta foto, apesar de ainda não ter sido batida, já era do século retrasado.
Olho para ela e suspiro feliz antes de entrar: "
Adeus futura paz!
"
.
.
Acyr - 21/06/2016

Taubaté Cidade Cara Pra Dedéu - Episódio 5 - Operação Lava Jato em Taubaté!

Taubaté Cidade Cara Pra Dedéu!

Episódio 5: Operação Lava Jato em Taubaté!


(Foto retirada da Internet, sendo portanto foto pública. Mesmo assim a matéria é fictícia e qualquer semelhança  dos rostos aqui presentes com pessoas que não tenham o propósito satírico é mera coincidência)


"E eles mantinham tudo isso em casa?" impressionou-se um procurador federal em Taubaté. 
A 41ª fase da operação, chamada de 'Operação Feijoada', foi deflagrada, hoje, de madrugada, com 12 mandatos de prisão coercitiva, 14 de condução preventiva e 16 de busca e impressão. Em Taubaté uma empresária foi presa e houve buscas no Armazém nº 82 da sua revista, chamada 'Tivivi'. Lá foram encontrados nada menos que 4 Kg de feijão preto e alguns toicinhos.
De onde veio tudo isso é ainda um mistério a ser desvendado e os procuradores acreditam que somente com delação premiada é que encontrarão a resposta. 


As investigações começaram em janeiro de 2015, quando a revista em questão ofereceu uma 'Feijoada Pré-Carnaval" para alguns milionários da cidade e ainda teve a coragem de publicar uma foto do evento nas redes sociais. 
"Como o feijão não existe mais no prato do brasileiro estranhamos!" disse um procurador, com água na boca de ver tanto feijão na sua frente.
"Juro que o feijão não é meu!" disse a empresária dona da revista, sorrindo enquanto era algemada. "Como vocês podem ver na foto, cadê a feijoada? Só se vê cerveja e pão nas mesas!" protestou. Alegou que "feijoada é um nome pomposo, do passado" e que como os taubateanos gostam de colocar "nomes pomposos em seus eventos", assim o evento, que "só teve cerveja, pão e papo", foi chamado. 

O procurador Chinês Federal disse que foram encontrados "quase 1 Kg de feijão, na casa de cada um dos que participaram do evento", prova suficiente do envolvimento deles com o propinoduto da Petrobrás, já que "somente com dinheiro de propina é que se pode adquirir feijão". 


Ontem o governo anunciou que irá importar feijão para combater a alta do preço desse produto que já é considerado o "mais caro da história universal".
Hoje, moeda de troca mais valiosa que o dólar desde o início desse ano, o feijão é motivo de saques á supermercados, assaltos á residências com suspeitas de o possuírem na despensa e pedras de colares das madames donas das boutiques da Rua Anízio Ortiz Monteiro. "Ostentação desnecessária e perigosa", disse o Chinês.
As lojas Magazines da Luíza oferecem 1 Kg de feijão a preço promocional, podendo ser pago em até 36 vezes, sem entrada e com entrega a domicílio via carro-forte. 


Acyr - 23/06/2016

Taubaté Cidade Cara Pra Dedéu - Episódio 7 - 99 Centavos: Sinal de Ganância

Taubaté Cidade Cara Pra Dedéu!


Episódio 7 - 99 Centavos: Sinal de Ganância




Assim como o pagode, a barganha, a mulata loira, a banana e a Eurocopa, a corrupção também faz parte do inconsciente coletivo brasileiro. "
É coisa nossa!" diz uma antiga música do Silvio Santos ao chamar os seus jurados para aquela porcaria de programa de calouros.
Salvo raras exceções, que viram notícia internacional ao fazer coisas simples como devolver uma carteira, qualquer brasileiro fica feliz e se considera abençoado por Deus quando leva vantagem sobre outras pessoas, mesmo que para prejuízo.
"
Está no sangue", dizem alguns. Getúlio Vargas perguntava quando tentava ser honesto em seu governo: "Como pode um povo corrupto querer um governo honesto?". Ele se matou ao ver que não era possível governar este país com honestidade.

E isso não é de hoje não! A coisa vem desde o descobrimento. Portugal esvaziou suas cadeias transferindo seus bandidos para cá, chamando-os de "
colonos" para não pegar mal perante os colonizadores ingleses da América do Norte.
E Taubaté? Essa cidade que começou a tomar forma a partir da metade do Séc. XVII graças ao avanço sobre os índios Guaianases (todos misteriosamente desaparecidos) por parte do Bandeirante Jacques Félix e sua chusma de assassinos ladrões, também não escapou. Por aqui a corrupção também se faz premente.

Hoje a corrupção é vista nas rodas de bebuns vagabundos, engraçadinhos porém bem humorados, como "
coisa de viado". Não existe a "corrupção normal". Só existe, perante a Lei, o "corrupto passivo" e o "ativo". "Ativo e passivo é coisa de viado" concluem. O brasileiro tira sarro de sua própria desgraça.
Em Taubaté, alheio ás piadas de mal gosto, o comerciante médio descobriu que é possível manter uma loja com um empregado apenas ao invés dos cinco ou dez que tinha antes. 

É só andar pelo bairro chamado Centro! Veja todas aquelas lojas. As vezes há uma única mocinha para atender, quando há, todos os fregueses, mas geralmente apenas o dono está disponível sentado na mesinha do caixa. "É a crise!" me disse um deles. Na verdade não é bem uma crise. Se fosse crise já teria passado faz tempo. É o resultado final  da roubalheira desenfreada tanto dos governantes como dos comerciantes Federal nos últimos anos e que só vai passar - se passar - daqui à vinte ou trinta anos.


Pensa que eles vão fazer a coisa certa? Não. Por exemplo, nenhum comerciante retirou aquelas placas de "promoção", que não são promoção merda nenhuma, que duram o ano todo, com os preços sempre aumentando, terminando em noventa e nove centavos e que não enganam mais ninguém. 
Por isso não adianta reclamarem do comércio informal das calçadas.
Quer vender mais, ajuste-se aos novos tempos e diminua a sua margem de lucro. Caso contrário, sua loja vai fechar.


Acyr - 02/07/2016

Taubaté Cidade Cara Pra Dedéu - Episódio 8 - Malandros Disfarçados de Mendigos

Taubaté Cidade Cara Pra Dedéu!

Episódio 8: Malandros Disfarçados de Mendigos 

Gertrudes. Desiludida com o andamento das coisas decide cair na farra!


Gertrudes saiu de casa no bairro da Estiva para ir ao centro. Precisava ir ao banco retirar a mixaria de sua aposentadoria e pagar as contas. Todos os meses era a mesma coisa. Oitenta por cento do seu dinheiro já ficava no banco, nas contas de água, luz, telefone e empréstimo. Tudo bem. Antes isso que nada. 
Depois de quase quarenta minutos no ponto de ônibus, conseguiu entrar. Mas não sentar. O ônibus como sempre estava lotado e os marmanjos, como sempre não cediam seus lugares às mulheres. Gertrudes, sessenta e sete anos já nem ligava mais pra isso.


Na altura do Hospital Regional, entra no ônibus um rapaz com uma caixa de doces. Diz ser de uma igreja chamada "Templo de Deus" e que se as pessoas "se sentissem tocadas no coração" iriam ajudar "em nome de Jesus" porque ele mesmo saiu "do mundo do crime, das drogas, da prostituição, do quase suicídio" e blá blá blá. Aquela mesma lenga lenga repetida nos templos.
Algumas senhoras, claro, pagaram até cinco reais por um docinho de qualidade duvidosa e que nos bares não custa nem cinquenta centavos. Receberam em troca, junto com o doce, um "Deus te abençoe". 
Mas Gertrudes não colaborou, afinal ela pertencia à Igreja Adventista do Sétimo Dígito, inspirada na vida do Santo Daime Um Dinheiro Aí, e já depositava na conta do seu pastor, Milas Salafraia os dez por cento semanais cobrados via boleto bancário. Ela iria para o "paraíso" depois da morte apesar do seu pastor já viver no paraíso aqui na Terra graças à ela e a outros milhares.


Saiu do banco. Agora um pequeno passeio pelo centro. Talvez comer um pastel. Sim, um pastel! Por que não?.
Na pastelaria apareceu uma senhora gorda vendendo pano de prato mas que também aceitava dinheiro "de bom grado", salgadinho ou qualquer coisa. Desta vez Gertrudes colaborou, afinal para ela aquela mulher "estava trabalhando e não roubando". 
Todavia assim que que a gorda saiu, entrou uma menina que era a cara da gorda, entregando um papel escrito que precisava de ajuda para "ajudar sua mãe desempregada". Gertrudes deu umas moedas e perguntou se aquela mulher que havia saído era sua mãe. "Não" foi a resposta. Só que depois as duas passaram na frente da pastelaria e ela ouviu a gorda dizer: "E aí filha, conseguiu quanto?"
Gertrudes começou a se sentir enganada. O pastel saiu mais caro do que a encomenda.


Bem! O negócio agora era ir embora. Cuidar da casa e tocar a vida. Vou a pé mesmo afinal a tarde estava fresca. 
Durante o trajeto da Praça Dom Epaminondas até a Rodoviária Velha nada menos que seis mendigos lhe pararam para pedir dinheiro. E da Rodoviária até a sua casa na Estiva, mais seis. Gertrudes deu uma moeda à cada um deles.
Daí quando entrou em casa o telefone tocou. Era uma das tais "Instituição de Ajuda á Crianças com Câncer". Gertrudes, agora mais desconfiada negou ajuda, mas não sem ouvir que ela "não tinha coração". 
Depois daquela ligação houve mais quatro. Todas de instituições de ajuda à crianças com câncer, inclusive de crianças "no nordeste".
Não deu outra. Gertrudes pirou. Caindo em si, percebeu que estava vivendo para dar tudo o que tinha para malandros disfarçados de mendigos e falsos "ajudadores de crianças". É por isso que não lhe sobrava nada.


Nos dias que se seguiram, Gertrudes se preocupou mais consigo mesma. Iria viver a vida que nunca teve. Viúva iria aos bailes e quem sabe arrumar até um namoradinho, coisa que seu pastor lhe proibia por temer que ele a tirasse da igreja. 
"Quer saber de uma coisa? A Igreja que vá à merda! Não vou mais lá merda nenhuma. Afinal a promessa é apenas para depois da morte mesmo!" Ponderou Gertrudes.
Gertrudes é mais uma das pessoas que acordou e se livrou de uma das características de Taubaté: A mendicância opressiva dos malandros.


Acyr - 06/07/2016

Taubaté Cidade Cara Pra Dedéu - Episódio 9: O Metrô Taubateano

Taubaté Cidade Cara Pra Dedéu!

Episódio 9: O Metrô Taubateano



A ideia é antiga, de uns 5 anos atrás. Começaram a dizer que ia haver uma linha de Metrô ligando várias cidades do Vale do Paraíba.
Me lembro até que alguns labregos elogiaram o governo estadual "
pela iniciativa". "Trem Bala em Taubaté!" - disseram.
Até a CTPM divulgou uma nota dizendo que a "
linha 17-Ouro" vai estar "funcionando em agosto de 2016". Um 'detalhe' da notícia, que passa despercebido diante a euforia transmitida é que o parágrafo termina com a frase: "...quando (leia-se "se") estiver completo".
A Scomi, empresa da Malásia responsável pelo Metrô Taubateano disse já ter "
lançado a pedra fundamental" para a obra. Enfim! Tudo estará pronto logo... ... SE der!


O que o pessoal esquece é que tal empreitada demanda politicagem. E na atual conjuntura política do País nada ficará pronto até que se defina a situação do Lula.
Sim. É isso mesmo! Duzentos milhões de pessoas empobrecidas por treze anos de desgoverno não desfrutarão de progresso algum enquanto não se definir a situação dele, de um homem apenas.
A Justiça, também empobrecida, tem todas as provas que precisa para metê-lo na cadeia e jogar a chave fora, mas estranhamente não faz nada. O que mais falta? A Imprensa publica regularmente provas e mais provas dos seus crimes mas tudo o que se ouve falar é que "
vão pedir mais investigações".
Enquanto isso o Metrô Taubateano vai ficando na "
pedra fundamental"!


A solução, já que não vão prender o Lula, seria a inovação daquilo com que o povo já está acostumado à se locomover: No teto do trem . 
A Rede Ferroviária Nacional (RFFSA), que aliás foi extinta e esquartejada por várias outras empresas nas famosas privatizações (promovidas por Fernando Henrique Cardoso entre 1991 e 2000) deveria ressuscitar e pensar nisso: "Trens Tetos", feitos com as rodas e os tetos dos trens antigos para os brasileiros, já que não exite mais dinheiro pra passagem.
E a MRS Logística, que administra a linha ferroviária que passa em Taubaté, veria então o povão taubateano, imitando os "surfistas" paulistanos e cariocas, se locomovendo alegremente entre São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte de graça.


Povo Feliz, perdão na certa! Mas querem valer uma breja que até nisso vão cobrar pedágio... ... SE for feito?


Acyr - 27/07/2016



Publicado no Grupo Taubaté - SP aqui: 
https://www.facebook.com/photo.php?fbid=1146819885339243&set


segunda-feira, 11 de julho de 2016

Olimpíadas - Homenagem ao Paganismo - 1ª parte

Olimpíadas - Homenagem ao Paganismo
A chegada da tocha olímpica, acesa no Templo de Hera, em Olímpia na Grécia. 
O atleta, Fritz Schilgen (1906-2005) que  conduziu a tocha em seus momentos finais fez com 
a tocha a saudação nazista.  As Olimpíadas de Berlim foram usadas, pela primeira vez 
na História, como propaganda política. De lá pra cá, todas as suas edições fazem o mesmo
Vídeo disponível no canal Taubaté - SP no Youtube:
https://youtu.be/oKLjVjlPVso.


1ª Parte



O Início
Os Jogos Olímpicos, que acontecem de quatro em quatro anos e que neste ano de 2016 vão acontecer na turbulenta e falida cidade do Rio de Janeiro no Brasil, são uma herança do passado. Mas sobretudo de um passado pagão. Era praticada pelos gregos, inimigos do judaísmo, o então povo escolhido de Deus, com o fim de homenagear os deuses gregos.
Antes da Grécia não haviam jogos Olímpicos. Embora na corte egípcia se jogasse damas e xadrez e o povo em geral brincasse de "cabo de guerra", não era "pra valer". As competições "sérias" mesmo começaram na Grécia. 
Escavações em Olímpia na Grécia mostraram registros de "vencedores" dos jogos naquela cidade em 776 AC. Mas isso não significa que foi nesse ano que as Olimpíadas gregas tiveram início. Elas já poderiam estar sendo praticadas à muito mais tempo, mas não podemos precisar o tempo em que realmente começaram. 
Há um mito, sobre o surgimento das Olimpíadas, que perdura até hoje, dizendo que foi Hércules, filho de Zeus, que depois que terminou os seus "12 trabalhos", construiu o Estádio Olímpico "em honra à Zeus, seu pai", e estabeleceu o costume de realizar ali jogos, de quatro em quatro anos, para "homenagear Zeus e os demais deuses do Olimpo".
Como os mitos são construídos a partir de lembranças de fatos ocorridos no passado, os mitos gregos também floresceram de reservatórios de fatos mais antigos influenciando-lhes a vida civil e religiosa, o que incluía também os seus "esportes". Mas qual foi esse reservatório de fatos antigos que depois se espalharam, fragmentados em mitos, pela humanidade subsequente? 


Os Nefilins

Os "deuses" gregos, assim como seus antecessores egípcios, persas e babilônicos, eram inspirados nos antigos Nefilins, personagens históricos que viveram antes do Dilúvio e que desapareceram nele. 
Os Nefilins eram os filhos dos anjos com mulheres humanas. Eles dominavam a humanidade pré diluviana através do medo, da violência e da crueldade. Segundo o relato bíblico, onde aparecem pela primeira vez em Gênesis 6:1-4, os Nefilins, seres desnaturais, híbridos, filhos de relações não permitidas por Deus, eram tão maus e geraram um pavor tal na humanidade, que esta nunca os esqueceu, perpetuando sua memória até os dias de hoje em lendas, principalmente as que falam de gigantes perigosos. 
A maldade dos Nefilins era tamanha que, mesmo após terem sido extintos no Dilúvio, uns 900 anos anos antes de Moisés, ainda causavam pânico, como atesta um "relato mau" (mentiroso), feito com a intenção de aterrorizar o povo hebreu (Números 13:31-33). 



Da Religiosidade Grega/Romana ao Fim
Da Grécia os jogos Olímpicos passaram para Roma, que, além de adotarem os deuses gregos, reverenciavam os seus próprios (Júpiter, por exemplo) e introduziram a violenta e mortal luta de gladiadores entre os esportes. Os gladiadores, embora fossem escravos, eram também pagãos e se marcavam com cicatrizes e tatuagens, conforme seus desígnios para os jogos. Isso contrariava a ordem bíblica para não marcar o corpo (Levítico 19:28).
Entre os judeus tal hábito pagão não poderia ser tolerado exceto por rebeldia perante a Lei Mosaica. E isso realmente aconteceu. No tempo do reinado de Antíoco Epifânio, em 175 AC, os judeus, cegados pelo helenismo grego introduziram a cultura e as competições gregas em Israel. Construíram até um estádio em Jerusalém e, segundo se declara no livro apócrifo (não bíblico) de 2ª Macabeus 4:12-15, até mesmo os sacerdotes abandonaram o cumprimento de seus deveres sagrados para participarem dos jogos.
A partir do reinado de Nero (37-68 DC), no ano 54 DC, um grande número de cristãos foram assassinados nas arenas romanas durante os Jogos Olímpicos.
Daí os Jogos continuaram até o ano de 393 DC, quando o Imperador Teodósio, dizendo-se "convertido ao cristianismo' (na verdade "ao catolicismo" religião oficial do Império, criada pelo imperador Constantino [272-337] em 325, no Concílio de Niceia) decretou o "fim dos cultos e práticas pagãs" no império, o que incluía os jogos.


O Ressurgimento das Olimpíadas
De Roma, depois de um longo período em que parecia extinto, o evento passou à modernidade. O primeiro reavivamento dos jogos remonta ao Séc XVII. De 1612 à 1642, o advogado inglês Robert Dover (1575-1652) organizou os Jogos de Kotswold, envolvendo corrida de cavalos, esgrima e luta com porretes entre outros. 
Sempre desenvolvendo-se, os jogos passaram a ser internacionais a partir de 1862 e dividiu-se em duas versões: Os Jogos Olímpicos de Verão e os Jogos de Inverno (1924).
Mas foi somente a partir de 1936, em Berlim, que os Jogos Olímpicos ganharam uma nova dimensão. Além de reaver o antigo paganismo grego da ocasião, os jogos passaram a ser motivo de disputas patrióticas e propaganda política dos países em disputa. 
Introduziu-se uma tocha olímpica, que começou a ser acesa no Templo de Hera (tida pelos gregos como "Rainha dos Deuses e protetora da fidelidade conjugal") sendo conduzida a pé até o lugar da realização dos jogos onde então se acenderia a Chama Olímpica, ou o "Fogo de Zeus, roubado por Prometeu". 


A Participação das Igrejas "Cristãs"
Se nos dias atuais as Olimpíadas são o reavivamento do antigo paganismo grego - acrescido da moderna e fraudulenta propaganda política e ganância comercial, por que as igrejas ditas cristãs não aconselham seus membros para não participarem delas? Simples. Elas não são cristãs.
A Igreja Católica, por exemplo, através de seu Papa, "abençoou as bandeiras olímpicas" (aquela dos cinco arcos coloridos, por exemplo, foi idealizada pelo nazismo alemão e perdura até hoje) em cerimônia política realizada no Rio de Janeiro, em julho de 2013. 
A versão "Perseguida" das igreja evangélicas (pelo menos é assim que ela se define) sediada em Florianópolis, diz contar com "atletas cristãos" que participarão dos jogos. Numa interpretação particular de Timóteo 1:7,8, para justificarem sua participação, alegam que Paulo "fez alusão às olimpíadas", dizendo "combati o bom combate". Naturalmente que Paulo não participou de qualquer Olimpíada (que como vimos é uma ocasião pagã). O "bom combate" dito nas palavras de Paulo referem-se à luta espiritual, contra as tentações, que tanto ele como os outros cristãos devem travar. 
Por sua vez a igreja Batista do Rio de Janeiro pretende está formando alianças com outras igrejas "evangélicas" para "evangelizar as olimpíadas" através de um movimento chamado "Braços Abertos". Enfim, com exceção das Testemunhas de Jeová, praticamente todas as outras crenças apoiam direta ou indiretamente essa ocasião pagã. 


:
Cristão Participa das Olimpíadas?
Em vista do que foi tratado aqui, você pode-se perguntar: Posso participar das Olimpíadas, mesmo como torcedor ou assistente e continuar sendo cristão?
Este assunto será tratada na segunda parte dessa matéria. 





Considerações:

1 - Os Nefilins
A palavra hebraica nefi·lím ("derrubadores", "os que fazem os outros caírem"), aparece três vezes na Bíblia. Uma em Gênesis 6:4 e duas em Números 13:33
Mas as versões católicas da Bíblia substituem o nome Nefilins por "gigantes" em Gênesis 6:4 e em Números 13:33 por "da raça dos gigantes". Contudo os textos católicos não lhes tira o caráter de serem diferentes dos demais seres humanos.
Já a versão "evangélica" da bíblia Almeida Revisada - da Imprensa Bíblica - mantém o termo "nefilins" nos dois textos, embora a versão Almeida Corrigida e Revisada Fiel segue o exemplo dos católicos e também substitui por "gigantes".  
Há diferenças entre gigantes e nefilins. No passado houve homens muito grandes (maiores do que os atuais). Golias, por exemplo, morto por Davi, segundo o relato bíblico, tinha seis côvados e um palmo (o equivalente a 2,9 m) de altura. Um indício do tamanho e da força de Golias era o peso da sua armadura. Sua armadura de cobre pesava 5.000 siclos (57 kg) e a lâmina de ferro da sua lança pesava 600 siclos (6,8 kg). — 1ª Samuel 17:4-7.
No caso dos anaquins ("filhos de Anaque") mencionados no livro de Números 13, estes também eram muito grandes grandes. Porém os anaquins foram derrotados por Josué, em seu avanço por Canaã (Josué 11:21,22). 
Os nefilins, por outro lado eram os únicos chamados de filhos dos "filhos de Deus", ao passo que os homens gigantes não (Gênesis 6:2). Além disso, os nefilins não podiam ser derrotados pelos homens comuns. Somente o Dilúvio os destruiu.
Mas daí pode perguntar: Se os nefilins eram filhos dos "filhos de Deus", quem eram esses "filhos", pais dos nefilins?

2 - Os "Filhos de Deus" - Pais dos Nefilins
Eles não poderiam ser os homens que adoravam a Deus (da linhagem que culminou em Noé e portanto diferentes da humanidade iníqua em geral), conforme alguns afirmam? Pois a Bíblia dá a entender que o casamento deles com as filhas dos homens resultou em atiçar a maldade na terra. 
Além disso, Noé e seus três filhos, junto com as respectivas esposas, eram os únicos no favor de Deus e foram os únicos preservados através do Dilúvio. — Gênesis 6:9; 8:15, 16 e 1ª Pedro 3:20.

E se estes “filhos do verdadeiro Deus” eram apenas homens, surge a pergunta: Por que eram seus descendentes “homens de fama” mais do que os filhos dos dos iníquos, ou mesmo do fiel Noé? Também se poderia fazer a pergunta: Por que mencionar seu casamento com as filhas dos homens como algo especial? Casamentos não eram fatos especiais e ter filhos nesses casamentos também não.

Portanto, os filhos de Deus, mencionados em Gênesis 6:2, são anjos, os espirituais “filhos de Deus”. Esta expressão é  também aplicada aos anjos em Jó 1:6; 38:7

Este conceito é apoiado por Pedro, que fala dos “espíritos em prisão, os quais outrora tinham sido desobedientes, quando a paciência de Deus esperava nos dias de Noé”. (1ª Pedro 3:19, 20). 

Judas também escreve sobre esses "anjos que não conservaram a sua posição original, mas abandonaram a sua própria moradia correta” (Judas 6). 

Os anjos tem o poder de se materializar em forma humana, e alguns anjos fizeram isso para trazer mensagens de Deus. (Gênesis 18:1, 2, 8, 20-22; 19:1-11 e Josué 5:13-15) Mas o céu é a moradia correta das pessoas espirituais não a Terra. No céu os anjos têm, qual uma organização, posições de serviço sob Deus (Daniel 7:9, 10). 
Mas alguns desses anjos abandonaram esta "moradia correta" para morarem na terra e deixaram seu serviço designado para ter relações carnais. Isso equivaleu a uma rebelião contra as leis de Deus, e era perversão.
A Bíblia declara que esses anjos desobedientes não podem mais se materializar em humanos e são agora “espíritos em prisão”, tendo sido ‘lançados no Tártaro’ e ‘reservados com laços sempiternos, em profunda escuridão, para o julgamento do grande dia’. Isto indica também que, embora ainda influenciem a humanidade, se encontram grandemente restritos, incapazes de fazer livremente o que fizeram antes do Dilúvio. — 1ª Pedro 3:19; 2ª Pedro 2:4 e Judas 6.




Continua...