quarta-feira, 27 de julho de 2016

Taubaté Cidade Cara Pra Dedéu - Episódio 7 - 99 Centavos: Sinal de Ganância

Taubaté Cidade Cara Pra Dedéu!


Episódio 7 - 99 Centavos: Sinal de Ganância




Assim como o pagode, a barganha, a mulata loira, a banana e a Eurocopa, a corrupção também faz parte do inconsciente coletivo brasileiro. "
É coisa nossa!" diz uma antiga música do Silvio Santos ao chamar os seus jurados para aquela porcaria de programa de calouros.
Salvo raras exceções, que viram notícia internacional ao fazer coisas simples como devolver uma carteira, qualquer brasileiro fica feliz e se considera abençoado por Deus quando leva vantagem sobre outras pessoas, mesmo que para prejuízo.
"
Está no sangue", dizem alguns. Getúlio Vargas perguntava quando tentava ser honesto em seu governo: "Como pode um povo corrupto querer um governo honesto?". Ele se matou ao ver que não era possível governar este país com honestidade.

E isso não é de hoje não! A coisa vem desde o descobrimento. Portugal esvaziou suas cadeias transferindo seus bandidos para cá, chamando-os de "
colonos" para não pegar mal perante os colonizadores ingleses da América do Norte.
E Taubaté? Essa cidade que começou a tomar forma a partir da metade do Séc. XVII graças ao avanço sobre os índios Guaianases (todos misteriosamente desaparecidos) por parte do Bandeirante Jacques Félix e sua chusma de assassinos ladrões, também não escapou. Por aqui a corrupção também se faz premente.

Hoje a corrupção é vista nas rodas de bebuns vagabundos, engraçadinhos porém bem humorados, como "
coisa de viado". Não existe a "corrupção normal". Só existe, perante a Lei, o "corrupto passivo" e o "ativo". "Ativo e passivo é coisa de viado" concluem. O brasileiro tira sarro de sua própria desgraça.
Em Taubaté, alheio ás piadas de mal gosto, o comerciante médio descobriu que é possível manter uma loja com um empregado apenas ao invés dos cinco ou dez que tinha antes. 

É só andar pelo bairro chamado Centro! Veja todas aquelas lojas. As vezes há uma única mocinha para atender, quando há, todos os fregueses, mas geralmente apenas o dono está disponível sentado na mesinha do caixa. "É a crise!" me disse um deles. Na verdade não é bem uma crise. Se fosse crise já teria passado faz tempo. É o resultado final  da roubalheira desenfreada tanto dos governantes como dos comerciantes Federal nos últimos anos e que só vai passar - se passar - daqui à vinte ou trinta anos.


Pensa que eles vão fazer a coisa certa? Não. Por exemplo, nenhum comerciante retirou aquelas placas de "promoção", que não são promoção merda nenhuma, que duram o ano todo, com os preços sempre aumentando, terminando em noventa e nove centavos e que não enganam mais ninguém. 
Por isso não adianta reclamarem do comércio informal das calçadas.
Quer vender mais, ajuste-se aos novos tempos e diminua a sua margem de lucro. Caso contrário, sua loja vai fechar.


Acyr - 02/07/2016

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