domingo, 24 de janeiro de 2016

Padre - Um Título Travestido no Paganismo

Padre - Um Título 
Travestido no Paganismo
O Colarinho "Romano". Por que usá-lo?

Ao avistar alguém vestido de batina e usando um colarinho típico, todos dizem: "Ali está um padre"! Mas o que é um "Padre"? Vamos examinar esse título e suas roupas para sabermos se são cristãos ou pagãos.

Publicado no Grupo Taubaté - SP aqui!

O Colarinho "Romano". 
Não se sabe ao certo quando surgiu, mas foi entre o início do Séc. 19 e o final do Séc 20. Sua finalidade é simplesmente distinguir o sacerdote na população. Já foi alvo de diversas críticas principalmente dentro da Igreja Católica. Por exemplo, um clérigo na Grã-Bretanha classificou o colarinho romano  de “basicamente não cristã
Outro exemplo: escrevendo na revista  Theology, Martin Down, vigário do Condado de Lincoln, explica: “A roupa clerical pode  ser uma verdadeira barreira à comunicação entre o clero e os leigos.”  Quanto ao “colarinho  de padre”, o clérigo Down escreve: “Visto que ele usa um colarinho peculiar, o que o clérigo  tem a dizer não é encarado como sendo do domínio da conversação comum realística e  se torna, como ele, parte de algum outro mundo irreal no qual só o clérigo habita.”
Mas, diferentemente desses homens os Apóstolos e primitivos cristãos não usavam roupas distintivas para se destacarem no meio do povo.

Um Título Hierárquico 
O que dizer do título "Padre"? O titulo "Padre" (que significa meramente "pai" em italiano) não era usado, de modo oficial antes da 2ª metade do Século 19. também não se sabe ao certo a data exata em que começou a ser usado. Só se sabe que tratava-se de um "costume popular irlandês" surgido pouco antes. 
A respeito do uso do termo “Pai” na cristandade atualmente, a obra The Oxford Dictionary of the Christian Church declara: “Na Inglaterra . . . todos os sacerdotes católico-romanos . . . são agora chamados de ‘Padre’, costume introduzido aparentemente da Irlanda na última metade do século dezenove. Também veio a ficar bem em voga entre os anglo-católicos. No continente, outros termos são usados para o clero secular.” 

Depois do termo ter se tornado popular na Inglaterra, se espalhou pela Europa. Nunca, porém se tornou "oficial" do ponto de vista do clero papal, que simplesmente endossou o costume, sem questioná-lo. 
O título chegou na América somente no início do Xéc XX, mas se tornou popular mesmo só a partir dos anos 60. A New Catholic Encyclopedia fala do uso do termo nos Estados Unidos somente a partir dos anos 60. 
Assim, o semanário jesuíta, América, de 20 de setembro de 1969, continha um artigo intitulado: “Em Memória do Padre Gardiner” e em outro artigo mencionava mais de vinte diferentes sacerdotes cujos nomes todos começavam com a inicial “P.”, abreviação do título “Padre”. 
Antes disso, os prelados eram chamados de "sacerdotes", "freis", "clérigos", ou então de "irmãos". Por exemplo: José de Anchieta, do Séc.16, era chamado de "Frei". Somente depois da popularização termo "padre" na Europa , é que foi modificado pela Igreja Católica portuguesa para "Padre Anchieta". 
É importante notar que o título "Padre" foi traduzido para o inglês como "Father", embora no países de língua portuguesa tenha permanecido como "Padre" e não traduzido por "Pai", embora o significado seja o mesmo.

Travestidos no Paganismo Mundano
Já vimos, no topo desta matéria que o "colarinho romano" é um mero distintivo do título "Padre" e que, segundo um clérigo católico "não é cristão". Mas, se não é cristão, de onde veio tal título e de onde vieram suas vestimentas distintivas? 
A inteira vestimenta do sacerdote nada tem de cristã. Ela é uma imitação das coisas oriundas do paganismo mundano. 
Então por que eles se vestem assim? Para elevarem-se ainda mais acima do povo comum. 
Desde o final do Séc. XIX, os sacerdotes tem adotado, por puro capricho, uma vestimenta diferente, usualmente preta (mas que pode ser de outras cores, conforme o "posto" ou a ordem religiosa), chamada "batina". Ademais, tem-se adornado com todo tipo de insígnias imponentes, além de coroas, cruzes e mitras. 
É algo semelhante às hierarquias militar, nobre e política. Fontes católicas admitem que tais vestimentas se baseiam "nos antigos romanos" e não nos cristãos. O Papa, por exemplo, também é chamado de "Sumo Pontífice", cargo que era ocupado somente pelos imperadores romanos e pelos chefes do Zoroastrismo , uma religião pagã da antiga Pérsia. 
Além disso, os membros do clero adotaram para si mesmos títulos de apoio. As pessoas tem que se referir à eles  chamando-os, “Santo Padre”, “Reverendo”, “Reverendíssimo”, “Vossa Excelência Reverendíssima” e “Vossa Eminência”, semelhante aos  políticos comuns do mundo. Isso tudo contribui para ‘seu erguimento acima de todos’. 

Não Iguais aos Cristãos
A foto ao lado é do "Papa" ("Paizinho" em italiano) Pio XII, em 1939. Ele era carregado em um trono, como um rei, totalmente paramentado e erguido acima de todos. Faça uma comparação: Foi Jesus ou qualquer dos apóstolos tratados desta maneira? Não. Jesus e seus seguidores não vestiam-se de modo a destacarem-se. Vestiam-se como o povo comum. E também não eram tratados por títulos honrosos. 

A respeito do título "Pai" ("Padre" em italiano) Jesus ensinou o seguinte: “Não chameis a ninguém na terra de vosso pai.” (Mateus 23:9). Tal conselho se aplica à, não só ao título "Pai", que obviamente já era usado por alguns naquele tempo mas também à qualquer outro título adotado para se destacar religiosamente. 
Similarmente, disse Eliú, ao repreender os consoladores hipócritas de Jó: “Por favor, não mostre eu parcialidade para com um homem; e não darei título a um homem terreno.” — Jó 32:21
Veja o que diz Mateus 23:1,11, com respeito ao título religioso e às vestimenta e os hábitos sacerdotal. 

Rupa e Hábitos Previstos e Condenados
Confira o que já foi profetizado com respeito à eles: "Fazem todas as suas obras para serem observados pelos homens; pois ampliam as suas caixinhas [com textos], que usam como proteção, e alargam as orlas [de suas vestes].  Gostam dos lugares mais destacados nas refeições noturnas e dos primeiros assentos nas sinagogas, e dos cumprimentos nas feiras". (Mateus 23:5-7). 
De fato, os sacerdotes religiosos estão muito distantes do verdadeiro cristianismo, até mesmo no modo em que se vestem e como preferem ser tratados. 

A Argumentação "Profissional" Católica 
Visto que não há respaldo bíblico para o uso de roupas distintivas por parte dos sacerdotes, como é que eles as justificam? 
De um modo geral, a maioria dos padres reconhece que a batina é "um distintivo", que o identifica entre as pessoas. O Padre Marcelo Rossi, por exemplo, vai além e diz que "a batina impõe respeito". O Padre Paulo Ricardo diz que "o presbítero deve ser reconhecido... também pelo seu modo de vestir". 
Não podendo citar a Bíblia como base, os padres citam o Código de Direito Canônico (Cân 284) que manda que os sacerdotes usem "hábito eclesiástico" que esteja de acordo, entre outras coisas, com "os costumes locais". Comentando o Código Canônico para os trajes sacerdotais, "Dom" Lucas Moreira Neves publicou em 1987 uma norma que diz: "Usem os clérigos um traje eclesiástico digno e simples, de preferência, o clergyman ou batina." 
Mas o Código Canônico não é baseado na Bíblia. De modo que pode ser considerado somente um livro de normas elaboradas por homens comuns como qualquer outro. A fonte não é bíblica. 

A Argumentação dos Leigos Católicos
Apesar de dizerem que não se pode dizer, ou interpretar nada que não tenha sido antes interpretada pela Igreja (porque, segundo eles a interpretação fora da Igreja é "coisa de herege") os leigos católicos lotam as redes sociais com livres interpretações de textos bíblicos a respeito de qualquer assunto que é proposto. 
E a igreja que dizem representar não os endossa mas também não os desestimula. Ela, como sempre, fica observando  em silêncio. E é um silêncio ambíguo, que dá margem à livre interpretação, de apoio ou não, às discussões. 
É correto esse comportamento? Não, pois a Igreja não fornece suporte aos seus próprios defensores. Ademais suspeita-se, inclusive que alguns padres frequentem essas discussões, através de "fakes" (perfis falsos) para debaterem sobre a questão procurando alguma "justificativa lógica". Isso evita que a Igreja seja responsabilizada por algum argumento errado que possam dizer. 

A Persistência no Erro
Assim, no que diz respeito às vestimentas dos sacerdotes, por exemplo, os leigos (ou os padres fakes) já tentaram usar Êxodo 28:2-4, onde " a Lei Mosaica pede para que se faça "vestes sagradas para Aarão e para a sua descendência" para justificarem o uso da batina pelos padre. O curioso é o texto mencionar a "descendência" do sacerdote e os padres não poderem se casar.
Essa passagem bíblica é uma justificativa valida? Não. A mesma passagem também diz para que se faça um "turbante" (Versículo 4). Se fosse para cumprir essa determinação bíblica, os padres deveriam usar turbantes e terem filhos também. 
Infelizmente, apesar desse argumento ser fraco e facilmente rebatido, alguns defensores das "roupas clericais" continuam usando-o em novas discussões esperando não serem rebatidos. Eles persistem no erro.

Texto Pescado e Fora do Contexto
É costume, tanto de padres como de leigos, 'pescarem' textos e citarem-no, dando-lhe um novo sentido (por interpretação) fora do contexto em que se encontram, na tentativa de apoiarem-se em alguma causa. Sempre falham. 
Pois a mesma Lei Mosaica que ordena o feitio de vestes sagradas para o sacerdócio aarônico (e que também ordena que tais vestes sejam feitas de "ouro, púrpura, violeta e escarlate, carmesim e linho fino" [Êxodo 28:6]) também ordena o "sacrifício de animais" (Levítico 1:1:17). Assim não é lógico que peguem um único texto de uma Lei e o apliquem sem aplicar o restante da Lei, caso contrário teriam que, entre outras muitas coisas da lei Mosaica,  sacrificar animais nas missas. 
Por que então, já que justifica-se o traje atual pela Lei Mosaica, não se cumpre a Lei Mosaica por inteiro? A Igreja não se envolve de forma oficial nessa discussão, pois o aprofundamento dela leva-a à uma apologia ao judaísmo e não ao catolicismo. E o catolicismo ironicamente, mesmo citando a Bíblia judaica para si, é anti-semita (O exercito nazista, por exemplo, era oficialmente católico)

Outro Argumento Caso este Falhe...
As vezes, rebatidos no argumento acima, procura-se justificar as vestes sacerdotais pela "túnica" de Jesus, que era "sem costura" e consistia em "uma só peça" (João 19:23). 
Mas o que teria uma coisa a ver com a outra? A túnica é a roupa de baixo, que ficava sob aquelas que foram feitas em "quatro partes" (depois divididas sendo uma parte  para cada soldado). E a única referência bíblica à esta roupa é feita somente neste texto em cumprimento ao que foi escrito em Salmos 21:19. Não se atribui nela nenhum caráter especial ou que deveria ser adotada pelos cristãos como um "distintivo".
A Igreja também não se aprofunda de forma oficial, nesta - assim como também em nenhuma outra - livre interpretação da Bíblia. Do contrário corre o risco de perder credibilidade por parte de quem usa um mínimo de discernimento.  Mas ela espera que alguns aceitem, de alguma forma, o que diz. 
Sem dúvida aqueles que argumentam à favor das vestes sacerdotais o fazem por conta e risco, pois não dispõe do apoio nem da própria Igreja que defendem.  E correm o risco de serem tachados de "hereges" já que estão publicando coisas "fora do catecismo" e "fora da Igreja", caso tais argumentos, feitos em nome da Igreja cheguem até ela... de forma oficial. 

Publicado no Grupo Taubaté - SP aqui.




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