terça-feira, 26 de abril de 2016

A Nossa Internet

A Nossa Internet
Abaixo do Padrão Africano!
E O Que Não é Tão Bom Pode Ficar Ainda Pior! 
Pessoas da área rural de Cabo Oriental, na África do Sul, acessam gratuitamente, a Internet 
ilimitada, à uma velocidade de 5 MB, bem maior que a de certas áreas de Taubaté. 
Foto de junho de 2015



O Presidente da Anatel, João Rezende disse (abril/2016) que "
a era da Internet Ilimitada acabou". O que talvez ele queria dizer era que a era da Internet ilimitada "brasileira" acabou. No resto do mundo ela continua. Ou seja: Não bastam as cobranças absurdas por tudo, água, luz, telefone etc..., agora também querem que paguemos mais pelo uso discriminado da Internet. Isso é algo parecido como se o MC Donald's cobrasse por batata do saquinho. A tentativa não deu certo. Foi barrada pela própria Anatel 'até que a media seja julgada com transparência'!
E olhem que a nossa Internet, além de cara é uma das piores do mundo, principalmente no que toca a velocidade. Há regiões de Taubaté onde a velocidade, sem previsão de melhoria é de 1 (um) único miserável Mega, quase nunca real, pois a variação é sempre para menos, causando paralisações. Esta velocidade não existe mais nem nos países mais miseráveis da África. No Marrocos, segundo o site CCM, especializado em medição da Internet no mundo, por exemplo a velocidade mínima era de 2 Megas. Isso em 2012, agora já deve estar ainda mais rápida. 


Compare a sua Internet, instalada á moda antiga, atrelada na linha telefônica, vinda de poucos fornecedores, todos eles sangue-sugas, com a disponível em outros países, sempre em fibra ótica, com ou sem linha telefônica, e veja se não dá vontade de sair daqui: 


Argentina
No país vizinho ao nosso a Internet é ilimitada e há vários pacotes, que são cobrados por velocidade. A velocidade mínima é de 3 MB reais (fibra ótica). A fornecedora Speedy, da Telefónica, que na Argentina não pode explorar os usuários, como faz no Brasil, cobra $287 pesos argentinos mensais (R$ 71,49). Como o salário mínimo argentino é de 6.060 pesos (R$ 1.509,55), o pacote representa um custo de 7%. 


Espanha
Na Espanha, como no resto da Europa, é possível encontrar pacotes com internet ilimitada e personalizadas. A maioria dos pacotes é atrelada a serviços de telefonia e/ou televisão à cabo, modelo que foi trazido ao Brasil via Telefónica,em 1998, por conta das privatizações do governo FHC, e que adquiriu aqui, principalmente durante o governo Lula (2003 à 2011) o "jeitinho brasileiro da malandragem" nas cobranças. Na Movistar, por exemplo, um pacote de internet de fibra ótica de velocidade de 30 Mb (com ligações ilimitadas e pacote completo de TV) custa €41,72 (R$ 164,87), equivalente à 5,5% do salário mínimo espanhol, que é de €757 (R$ 3.043,97). 


Estados Unidos

Nos EUA, as numerosas fornecedoras de Internet são ilimitadas e com velocidades a partir de 10 ou 20 Megas 'reais' (no básico), padrão de velocidade seguido por quase todos os países, menos pelo Brasil, ao preço médio de US$10 (R$ 35,50). Mas são vendidos "pacotes personalizados", principalmente para empresas com velocidades ainda maiores. Um pacote na AT&T de 250 GB de dados custa US$30 (R$ 106,00) mensais e a cada 50 GB usados além do pacote, a empresa paga US$10. 


Canadá
Pacotes personalizados são bem comuns no Canadá, onde a Internet ilimitada é fornecida quase que gratuitamente em locais públicos. Um deles, da fornecedora Acanac, que tem velocidade de 10Mbps e limite de dados de 150 GB e custa $24,95 dólares canadenses (R$ 70,14). Mas se o australiano preferir o pacote de dados ilimitados na mesma empresa pagará $35,95 (R$ 101,07) mensais. Como o salário mínimo no país é em média de $1452,8 dólares canadenses (R$ 4.084,40) o plano ilimitado representa cerca de 2,5% do rendimento do trabalhador no mês.


Austrália
Lá a Internet é ilimitada e praticamente gratuita. Mas também são oferecidos pacotes personalizados à empresas. A fornecedora Optus Yes oferece 200 GB de dados à $80 dólares australianos por mês (R$ 221,90). Leve em conta que o salário mínimo na Austrália, pago geralmente aos mais pobres ou estrangeiros, é equivalente à redondos R$ 5 mil. 


Alemanha

Internet ilimitada vinda de muitos fornecedores que cobram preços que variam entre €2,00 (R$ 8,00) e €5,00 (R$ 20,11) . Na fornecedora Vodafone, por exemplo, um pacote personalizado (geralmente usado por empresas) de 1 TB e velocidade de 25 Mbps custa €35,00 mensais (R$ 140,00). Isso é praticamente nada uma vez que o salário mínimo alemão é de €8,50 (R$ 35,00) por hora.


Irlanda
A velocidade da Internet ilimitada irlandesa é um absurdo se comparada com a do Brasil. As fornecedoras oferecem pacotes personalizados com 100 MB de velocidade à um preço de €39 (R$ 156,82), que é o que a PureTelecom cobra. Há valores mais baixos para velocidades de 50 MB. €12.47 (ou R$ 50,14), da Eurpasat, por exemplo é o equivalente à 3% do salário mínimo irlandês que é de €1.461,85 (R$ 5.878,25). 


Portugal
Na terrinha dos nossos ancestrais, o povo não é tão rico quanto o do resto do continente, mas padrão europeu da Internet Ilimitada é mantido. As fornecedoras também oferecem pacotes personalizados. A Vodafone tem um de 7GB e velocidade de até 300 MB que custa €16,00 (R$ 64,34), Na empresa MEO (que inclusive oferece "nuvens" de 16 GB grátis para todo mundo no mundo todo), o pacote ilimitado tem velocidade de 100 Mbps, incluindo telefonia, ao preço de €29,99 (R$ 116,61). O salário mínimo em Portugal é de €530,00 (R$ 2.131,18). 



Publicado no Grupo Taubaté - SP em 21 de abril de 2016:


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