terça-feira, 22 de março de 2016

O Batismo de Bebês

O BATISMO DE BEBÊS
Foto: no batismo católico, um sacerdote derrama água na testa de um bebê. Crê-se que com isso o bebê "não é mais pagão" e que, caso morra "não vai para o inferno". Isso equivale a dizer que se o bebê morrer sem batismo iria para um suposto inferno sofrer pela eternidade sem ao menos ter vivido na terra. Seria Deus tão injusto assim? Não. Nem mesmo homens cruéis fariam uma maldade dessas. Assim, seria esse bastimo válido aos olhos de Deus? O que significa "Batismo"? Queira considerar o assunto à seguir: 


O Que É?
Batismo é uma palavra grega (bá.pti.sma) e significa literalmente "Mergulhar". Essa palavra grega também foi usada em João 13:26, quando Jesus se referiu ao pão (ou "bocado") "mergulhado" que em seguida deu à Judas Iscariotes, Na versão católica da Bíblia Ave Maria se diz "molhado". Esta versão bíblica não traduz corretamente, mas, na versão Bíblia de Jerusalém, também católica, se diz corretamente "mergulhado". 
Assim, o batismo em bebês, por se derramar água em sua testa, foge do verdadeiro ritual que é o batismo cristão.


Os Primeiros Batismos
Quando João começou a batizar pessoas no rio Jordão ele mergulhava as pessoas, inteiramente, nas águas para depois os reerguer novamente, como símbolo de que estavam aceitando suas palavras e se arrependendo de seus pecados (Marcos 1:4). O próprio Jesus foi batizado por João, embora o significado do batismo de Jesus fosse diferente dos demais, pois ele não tinha pecados pelos quais se arrepender. Jesus foi batizado para dar início ao seu ministério de pregação na terra. 
Depois de João, os discípulos de Jesus também receberam a missão de batizar pessoas. mas note que os Apóstolos pregavam as boas novas do Cristo à eles antes. 
Por aceitarem a pregação deles, se convertiam e se tornavam cristãos com a mesma missão dos Apóstolos de também pregarem o reino de Deus à outros (Mateus 28:19 - Note que o texto bíblico diz para que primeiro faça o discípulo na pregação, para depois o batizar).
Assim, todos os que foram batizados pelos apóstolos e também pelos discípulos destes, eram aqueles que antes aceitavam a pregação e se convertiam ao cristianismo. 
Então pergunta-se: Naquele tempo, as crianças eram batizadas também? 

Os Apóstolos Não Batizavam Bebês
Não há registros bíblicos de batismo de bebês. Aliás não há registros bíblicos de batismo de crianças ou adolescentes (O próprio Jesus foi batizado à idade de 30 anos e seus discípulos talvez com mais idade ainda). 
Se o batismo se destinava àqueles que ouviam à pregação, entendiam-na e, com discernimento à aceitavam - algo para o qual bebês e crianças não são capazes intelectualmente - não havia motivo justificável em batizá-los. 

Todavia, alguns citam Atos 18:8 (que diz que Crispo e "todos de sua casa" foram batizados") para defender o batismo em crianças. 
Mas o texto não menciona crianças. Será que havia crianças na casa de Crispo? 
Além disso o contexto dessa passagem bíblica (que vai do versículo 5 até o 11) indica que os batizados eram aqueles que estavam aceitando a pregação de Paulo "às nações". Assim, caso houvesse crianças na casa de Crispo, não havia ainda necessidade do batismo delas, pois certamente elas não poderiam entender a mensagem à ponto de saírem evangelizando as pessoas.
Portanto,se não havia batismo de bebês por parte dos primitivos cristãos, quando é que começou essa prática? 


Uma Prática Anti-Bíblica
August Neander (1789-1850), teólogo e historiador da igreja católica, escreveu: “A prática do batismo de bebês era desconhecida neste período (dos primitivos cristãos). . . . Que foi só num período bem posterior (pelo menos certamente não anterior) a Irineu [c. 140-203 EC] que surgiu um vestígio do batismo de bebês, e o fato de que passou a ser reconhecido como tradição apostólica só no terceiro século é mais evidência contra do que a favor de se admitir a sua origem apostólica”. — Obra: História do Estabelecimento e do Treinamento da Igreja Cristã Pelos Apóstolos, 1864, página 162. 
De forma semelhante, todas as publicações oficiais da Igreja reconhecem que o batismo de bebês "é tradição", ou sejja: sem base bíblica 
Mas se a própria igreja admite que o batismo de bebês não tem base bíblica, quando e por que se iniciou tal prática na igreja? 


O Início na Controversa Apostasia
Se entre os cristãos verdadeiros não havia batismo em bebês, havia porém entre os apóstatas (aqueles que se desviaram do ensino correto). 
Exatamente quando e por que os apóstatas começaram a batizar bebês não é conhecido embora tenha ocorrido entre 140 e 203 EC conforme atesta August Neander.
Mas o endosso oficial da Igreja ao batismo de bebês teve início quando um monge britânico chamado Pelágio (354-420) viajou à Roma. 
Assustado com a corrupção que presenciou ali entre os chamados "cristãos", passou a incitar os homens à um “esforço mais moral”. 
O homem não pode culpar o ‘pecado original’ de responsável por suas fraquezas, dizia Pelágio: “Tudo o que é bom e tudo o que é mau . . . é feito por nós, não nasce conosco.” A doutrina pelagiana virou rapidamente tema de conversa na cristandade.
Mas, apesar dos líderes eclesiásticos encararem esta negação do ‘pecado original’ como heresia, passaram a encontrar nos argumentos de Pelágio, um motivo "justo" para favorecer o que na época era um costume popular, já infiltrado entre eles: o batismo de crianças. 
Se uma criança 'nasce pura do pecado', então ela, não precisando se arrepender, pode ser batizada pensavam. 
Eles apesar de terem esquecido do verdadeiro significado do batismo cristão e misturavam o assunto com o significado do batismo de João.. 


Da Controvérsia ao Medo

Foi então que certo "bispo" de nome Agostinho (354-430 - mais tarde chamado de "santo"), contemporâneo de Pelágio, encarou isso como gritante incoerência: "Se as crianças precisam ser batizadas’, argumentou, ‘que dizer das não-batizadas?’" 
A conclusão foi que tais sofreriam as chamas do inferno, caso não fossem batizadas. 
Uma vez estabelecido este ponto, Agostinho deu o golpe fatal na controversa: Visto que crianças não-batizadas realmente sofriam condenação eterna caso não fossem batizadas, de que mais seriam culpadas senão do ‘pecado original’? 
Com isso a doutrina pelagiana caiu por terra. O batismo de bebês passou à ser visto como uma forma de 'salvação das crianças'. E como não se pode mergulhar crianças em água, passou-se a derramar água em suas testas, resumindo o batismo em um mero sinal, muito longe de seu significado original.
 Daí, no Concílio de Cartago (417/18 EC) declarou-se heréticos os ensinos de Pelágio. O ‘pecado original’ tornou-se tão parte do catolicismo quanto o confessionário. E a Igreja foi então incitada a promover conversões em massa — muitas vezes à força — para salvar as pessoas das ‘chamas do inferno’. 
O batismo de crianças passou de costume popular a instrumento oficial, de salvação, instrumento. E as pessoas mais ignorantes temiam morrer sem serem batizadas. Esse instrumento de medo passou a ser usado também pelo protestantismo mais tarde. 


Controvérsia que Nunca Acaba
Tal atitude da igreja, porém, não foi suficiente para fornecer certeza aos seus adeptos quanto à batizarem crianças. 
Durante os séculos seguintes muito debate foi promovido com a Igreja ora pendendo por abandonar o batismo infantil, ora por adotá-lo novamente. Isso aconteceu porque a Igreja se afastou do verdadeiro significado do batismo conforme vimos no início desta matéria.
E o debate segue até os dias atuais. A própria Igreja não tem ainda certeza quanto ao que ensina sobre o batismo 

Por exemplo, em 1951, o Papa Pio XII discursou perante um grupo de parteiras e, segundo suas próprias ideias sobre o assunto, reafirmou a crença de que “o estado de graça no momento da morte é absolutamente necessário para a salvação”, incentivou as parteiras, mesmo se elas não fossem católicas, a realizar elas mesmas o rito de batismo, se parecesse provável que um recém-nascido de família católica iria morrer. 
Portanto, não deixem de realizar este serviço caridoso”, exortou ele. Em outras palavras, o batismo já não era mais um assunto religioso relacionado à fé, mas uma obra de 'caridade', que podia ser feita por qualquer pessoa.

Em 1958 o Vaticano publicou uma firme advertência no sentido de que “crianças devem ser batizadas tão logo seja possível”. Entretanto, no Concílio Vaticano II (1962-1965) houve nova controvérsia, fazendo com que a igreja atual adote "mais ou menos" o que havia adotado nos dias de Pelágio até que haja outra controvérsia... como sempre houve.

Em face disso, você deve perguntar-se: Qual o batismo verdadeiro


O Batismo Verdadeiro?
Perdura até hoje entre os verdadeiros cristãos. 
E os verdadeiros cristãos não fazem parte das igrejas da cristandade (daquelas que pregam a Trindade, o Inferno, etc...). 
Aqueles que ouvem, aceitam, estudam cabalmente a palavra de Deus e depois de assimilarem os ensinamentos participam da pregação dela à outros, são batizados. 
Conhece algum grupo religioso que segue esses parâmetros? São esses os cristãos verdadeiros e eles não estão longe de você.
Mas e quando um filho de um cristão verdadeiro morre ainda criança, sem batismo?
Se o filho dum cristão morrer antes do batismo, os pais não precisam temer que este queime num inferno ou se demore no limbo. Tais lugares são mitos. Não existem. 
A Bíblia ensina que os mortos estão inconscientes e não sofrendo (Eclesiastes 9:5, 10). Os pais podem assim derivar consolo da promessa de Jesus de que “vem a hora em que todos os que estão nos túmulos memoriais ouvirão a sua voz e sairão” com a perspectiva de viver no Paraíso restaurado aqui mesmo na Terra. (João 5:28, 29 e Lucas 23:43

Esta esperança dos cristãos verdadeiros, fundada na Bíblia, é muito mais consoladora do que as mutáveis — e confusas — tradições humanas adotadas pelas igrejas.


Publicado no grupo Taubaté - SP aqui!

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