segunda-feira, 28 de março de 2016

As Páscoas

As Páscoas


Foto: Representação da última refeição de Jesus com seus apóstolos. 
Essa última refeição foi uma comemoração da Páscoa judaica, a última que ele comemoraria 
e que a instituiu como um 'memorial para o sacrifício' dele. No entanto o que ele disse nessa 
Páscoa é usado até hoje, repetida e diariamente, nos rituais das missas católicas... que nada 
tem a ver com a Páscoa. Mas o que estava realmente envolvido na instituição da Páscoa 
para os cristãos?)


Essa palavra, para muitos, significa somente um feriado a mais no ano. Para outros é uma época "para se comer peixe porque é pecado comer carne". A maioria destes costumam presentear as crianças com chocolates em forma de 'ovos' que dizem ter sido trazidas pelo "coelho da Páscoa". E as religiões tradicionais, quer católica quer evangélicas costumam comemorar a Páscoa como "a ressurreição" de Cristo.
Pelo que se constata desse costume, ele está bem arraigado na sociedade. Então de onde surgiu a Páscoa? O que realmente ela é? Devemos 'comemorar a Páscoa'? Ou melhor ainda: Devemos comemorar a Páscoa conforme os costumes atuais dela que nos cercam?
Nos dias de hoje há duas Páscoas: Uma cristã e outra pagã. qual delas você comemora?


O QUE É?
Páscoa (em hebraico: pé·sahh e em grego: pá·skha) significa "Passar por alto" A primeira Páscoa. foi instituída na primeira noite após a saída dos hebreus do Egito. Foi celebrada por volta da época da lua cheia, no dia 14 do antigo mês de abibe (mais tarde chamado nisã) do ano 1513 AC. Nisã é o mês do calendário judaico correspondente à segunda parte do mês de março e da primeira parte do mês de abril do atual calendário gregoriano. Assim, a Páscoa judaica foi a comemoração da libertação do povo hebreu, pelas mãos do próprio Deus, do cativeiro do Egito. Daquela primeira Páscoa em diante, deveria, pela Lei Mosaica, ser celebrada anualmente. (Êxodo 12:17-20, 24-27).
Assim o significado da palavra, "passar por alto" é explicado: Sendo a Páscoa uma celebração comemorativa; a ordem bíblica para os hebreus era: “E terá de acontecer que, quando os vossos filhos vos disserem: ‘Que significa para vós este serviço?’, então tereis de dizer: ‘É o sacrifício da páscoa a Jeová, que passou por alto as casas dos filhos de Israel no Egito quando feriu os egípcios, mas livrou as nossas casas.’” — Êxodo 12:26, 27 - Tradução do Novo Mundo das Escrituras.


A PRIMEIRA PÁSCOA CRISTÃ
A Páscoa judaica prefigurava a vindoura Páscoa Cristã à ser instituída por ocasião da morte de Jesus. Este, enquanto ainda vivia entre os homens também estava sujeito à Lei e comemorava a Páscoa judaica.
No ano 33, perto de sua morte, Jesus celebrou a sua última Páscoa judaica (Mateus 26:18,20). Nesta Páscoa aconteceu o que se segue: "Durante a refeição, Jesus tomou o pão, benzeu-o, partiu-o e o deu aos discípulos, dizendo: Tomai e comei, isto é meu corpo. Tomou depois o cálice, rendeu graças e deu-lho, dizendo: Bebei dele todos, porque isto é meu sangue, o sangue da Nova Aliança, derramado por muitos homens em remissão dos pecados." - Mateus 26:26,28 - Versão bíblica católica Ave Maria.
É na narrativa de Lucas sobre essa última Páscoa que está a ordem para que o que iria acontecer com Jesus, segundo o que ele disse (que daria o seu corpo e o seu sangue - seria sacrificado - para remir os pecadores: "...fazei isso em memória de mim" - Lucas 22:19 - Versão católica Ave Maria.
A Páscoa cristã, ou a observância do sacrifício - a morte - de Jesus, que nos libertou do cativeiro do pecado, passou então a ser comemorada pelos cristãos verdadeiros até os dias de hoje, assim como era para os primitivos cristãos à partir dos apóstolos, exatamente no dia correspondente ao que sempre foi: dia 14 de nisã, no início da noite. Neste ano de 2016 o dia correspondente é numa quarta-feira, 23 de março. E trata-se de uma reunião de observação, sem festividade ritual alguma.
Porém não é como vemos acontecer ao nosso redor. A Páscoa celebrada pela maioria das pessoas costumam ser no dia da ressurreição - e não da morte - de Jesus, com festividades, as vezes suntuosos, que envolvem pratos especiais e troca de presentes. Estaria correta este tipo de comemoração?


A PÁSCOA PAGÃ
Exatamente quando surgiu a forma errada de se comemorar a Páscoa não é conhecido. mas ela remonta ao tempo logo depois em que os apóstolos já não mais estavam vivos. Tanto Jesus Cristo como o apóstolo Paulo predisseram que o cristianismo sofreria a infiltração de ensinos falsos. (veja: Mateus 13:24, 2536-40 e 2ª Timóteo 4:3) Tais ensinos afetariam também o modo como se comemoraria a Páscoa.
Após a morte dos apóstolos de Jesus, arraigou-se a ideia de que seria apropriado fazer um jejum (conhecido agora como Quaresma), seguido de uma festa, na época da Páscoa. De alguma forma, e sem levar em conta as Escrituras, veio a pensar-se nisto como um modo de se comemorar a Páscoa.
Tal comemoração, da ressurreição e não da morte de Cristo, resultou no afastamento do objetivo verdadeiro da Páscoa por parte dos apóstatas. E isso perdura até os dias atuais
O Vaticano, "resolvendo" a questão da Páscoa nos anos 60 proclamou: “Toda semana, no dia em que chamou de dia do Senhor [domingo], [a Igreja] relembra a Sua ressurreição.” Adicionalmente: “Na suprema solenidade da Páscoa, ela também realiza uma comemoração anual da ressurreição.” — The Documents of Vatican II (Documentos do Vaticano II).


Mas em parte alguma da Bíblia indica que os primitivos cristãos observavam, seja um domingo semanal, seja uma Páscoa anual, a ressurreição de Cristo. Os relatos sobre a ressurreição de Jesus (Marcos 16:1-6 e João 20:1,2) nada dizem sobre qualquer ordem dos apóstolos para o dia - o terceiro dia depois de sua morte - desse evento. Nem tampouco houve indícios de qualquer comemoração por parte dos cristãos dos tempos bíblicos para a ressurreição de Jesus. A Páscoa era - e continua sendo observada - no dia anual de sua morte, e não no dia de sua ressurreição.
Se a comemoração da ressurreição não está de acordo com a verdadeira Páscoa, o que dizer das festividades e dos costumes dela correntes? Leve em conta que o historiador eclesiástico do quinto século, Sócrates, afirmou atestando a conduta correta por parte dos cristãos na Páscoa: “Os apóstolos não pensavam em designar dias festivos, mas em promover uma vida imaculada e piedosa.”


ORIGEM NO PAGANISMO
Segundo os historiadores, os costumes da Páscoa, conforme são observados pela Igreja Católica e pelas evangélicas tem origem no paganismo.e não na Bíblia.
Há peritos que afirmam ser a própria palavra Páscoa, no caso da língua inglesa [Easter], de origem anglo-saxônica, referindo-se à primavera setentrional. Nessa estação, os antigos pagãos nórdicos europeus julgavam que o sol renascia, depois de meses de morte hibernal. O próprio significado de Páscoa, "Passar por alto" passou a ser atribuído à passagem do sol.
Por conseguinte, o historiador Sócrates concluiu: “Parece-me que a festa da Páscoa foi introduzida na igreja por causa de algum costume antigo, assim como muitos outros costumes foram estabelecidos.”
O conjunto de tradições pascais provém de “algum costume antigo” — o costume de nações idólatras! O sacerdote católico Francis X. Weiser admitiu: “Algumas das tradições populares da Quaresma e da Páscoa remontam a antigos ritos em honra da natureza.” Estes ritos primaveris [hemisfério norte] visavam originalmente “afugentar os demônios do inverno [setentrional]”.
Mesmo sabendo da origem pagã dos costumes que norteavam a Páscoa católica, a igreja não os aboliu. O livro Curiosidades dos Costumes Populares explica: “Era a invariável diretriz da Igreja primitiva dar um significado cristão a tais remanescentes cerimônias pagãs que não pudessem ser desarraigadas. No caso da Páscoa, a conversão foi especialmente fácil. A alegria diante do nascer do sol natural, e o despertar da natureza diante da morte do inverno [setentrional], tornaram-se a alegria diante do nascer do 'Sol da justiça', na ressurreição do Cristo do túmulo.”
Lamentavelmente a Igreja deixou de lado a pureza do significado dos ensinos bíblicos sobre a Páscoa para ceder à reinterpretações de costumes pagãos em suas doutrinas.


COSTUMES CONDENÁVEIS
De maneira que os costumes da Páscoa, como refeições especiais e troca de presentes, tendo origem no paganismo, as pessoas mais atentas tendem a declará-los como não cristãos e a não mais praticá-los.
No livro The Easter Book (O Livro da Páscoa), Francis X. Weiser justifica tudo isto por dizer que a igreja ‘elevou o simbolismo pré-cristão da natureza à um "sacramental cristão"’. Ele diz: "Práticas não cristãs deram um toque 'encantador' aos significados sobrenaturais da época [da Páscoa]”. Mas, de que adianta ser "encantador" se não é cristão?
Admitidamente, ver crianças disputando os ovos de chocolate em capas de cores brilhantes pode parecer “encantador”. O mesmo poderia ser dito de muitos outros costumes pascais. Todavia, trata-se de simples brincadeiras inofensivas?
Talvez dê. Mas os cristãos sinceros preocupam-se com o que a Bíblia diz: “Pois, que associação tem a justiça com o que é contra a lei? Ou que parceria tem a luz com a escuridão? . . . ‘“Portanto, saí do meio deles e separai-vos, e cessai de tocar em coisa impura”’.” (2ª Coríntios 6:14-17)
Por certo, isso incluiria costumes que se derivam admitidamente do paganismo. Na verdade, os clérigos argumentam que tais práticas "se tornam aceitáveis quando introduzidas na igreja". No entanto, foi esta mesma linha de raciocínio, de pensar que práticas pagãs aparentemente inofensivas podem ser misturadas ao que é correto, que certa vez quase que levou os israelitas ao desastre!
Em violação da ordem de Deus, fizeram um bezerro de ouro. (Êxodo 20:4) Sem dúvida seu formato foi copiado dos ídolos que tinham visto no Egito. Daí, utilizaram esse ídolo num rito que chamaram de “festividade” para Deus. Mas, será que Deus achou que isto dava mais “encanto” à Sua adoração? Pelo contrário! Apenas a intervenção de Moisés poupou os israelitas do extermínio total! — Êxodo 32:1-5, 9-14.


CONCLUSÃO
Os costumes da Páscoa — ovos, coelhinhos, fogueiras, refeições especiais, etc — não são, portanto, purificados por serem praticados pelos cristãos. Ao invés disso, maculam com o paganismo a qualquer pessoa que os pratica. — Considere também Ageu 2:12, 13.
Assim, surge uma pergunta aos que passam a conhecer a verdade sobre a Páscoa: Será que agirão de acordo com aquilo que aprenderam ou continuarão a praticar o paganismo travestido de cristianismo?



Publicado no grupo Taubaté - SP aqui!


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