terça-feira, 11 de setembro de 2018

Final de Feira

Final de Feira


Corpos que voam, vidas sem alento
Se cotovelam na terrível busca
Gemem, imploram no rodeio lento
Pra se apagar o fogo que os chamusca

Ardem entranhas. Aço é o que se come
Talher de pau que corta a podre fruta
Na tentativa de aplacar a fome
Que fere a alma crua que lhes chuta

Esbugalhados olhos, vã labuta
Naquele morro descem, vão sem cor
Estão atrás da refeição futura

Balcões escuros, mãos tremendo e sujas
É inconfundível e acre o doce odor
Da procissão das tristes mil figuras

Acyr - 28/04/2010

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