O Ano Novo
Tiamat em uma relíquia babilônica. O que essa antiga deusa, as vezes retratada como 'oceano', 'serpente', ou 'dragão' tem a ver com as festividades do "Ano Novo" moderno?
Prólogo
Você comemora a chegada do "ano
novo"? Se sim, com certeza segue a tendência geral -religiosa ou
não - de pensar que ele "será melhor"
que o que está sucedendo. Você faz "planos para
um ano novo melhor", deseja à outros "tudo
de bom" e realmente acredita que "tudo
vai melhorar, com a ajuda de Deus"... só porque mais um ano vai
começar.
Na prática essas coisas se resumem à
uma festa à meia noite, à uma "ceia" - uma farta
refeição - acompanhada ou não de bebidas e comidas que normalmente não são do
seu cardápio diário.
Uma simples passagem de hora, das
24:00 em diante, é motivo de queima de fogos, brindes, abraços, badalo de sinos
em igrejas e buzinaços nas estradas. Em alguns casos também é motivo de
bebedeiras, farras, orgias e etapas em motéis com namoradas, esposas... ou
esposas de outros. Em pelo menos um desses motivos você estará.
No dia seguinte, o primeiro do novo
ano, ainda embalado - talvez não tanto - pela "esperança
de um novo começo", come o resto da "ceia" da
madrugada passada. A tarde curte a ressaca da festa e à noite tudo acaba.
No dia dois do "ano novo"
as coisas voltam ao normal. Percebe que nada mudou a não ser o calendário na
parede. Em alguns casos as lembranças dos problemas retornam com mais força
força ainda. Realmente o "ano novo" pode - e deverá -
ser pior que o que passou. Talvez seja esse o seu caso, ou não. O que importa é
que você participou de uma festa milenar.
Sabia que nada disso é novo... e nem
cristão?
De Onde Veio?
A festividade do "Ano Novo"
é também chamada de"Réveillon". Essa é uma palavra
francesa para "virada", e vem do verbo francês 'reveiller',
que significa 'despertar'. Mas a festividade que leva esse nome é bem
mais antiga. Teve origem nos antigos povos pagãos da Mesopotâmia, de uns 2000
AC, bem antes da formação da primeira potência mundial, o Egito,
Os mesopotâmios acreditavam que o
universo foi criado depois de uma luta colossal entre o deus Marduque
e Tiamat, a deusa do caos. Segundo o mito, Marduque estabeleceu
violentamente a ordem no caos. Como não havia calendário naquela época, cada
ano novo, era comemorado na chegada das primeiras chuvas vitalizadoras.
Era costume os reis daqueles povos,
que representavam a ordem - ou Marduque - fazerem "retiros" -
ou se ausentarem do povo - por diversos dias. O povo então, naqueles dias de
retiro do rei, tinha permissão e literalmente recriava o caos - ou Tiamat -
bebendo, permitindo que escravos insultassem seus amos e cometendo imoralidade
sexual.
Fonte: Enuma elish - The
Babylonian Creation Myth - Biblioteca babilônica fossilizada, de
aproximadamente 1800 AC, descoberta em 1849 por Austen Henry Layard
Tais comemorações passaram para os
povos vindouros, até chegar nos antigos romanos, que copiaram a mesma ideia
para o seu festival das saturnais, em dezembro.
Quando Roma se tornou católica, no
início do Séc IV, essa festividade pagã não foi abandonada. Ela simplesmente
adquiriu contornos católicos. E é esta variação romana/católica da antiga
comemoração do Ano Novo mesopotâmico que perdura até hoje.
Festividade Inofensiva?
Daí você pode dizer: “Tudo isso é muito interessante, mas para mim o Ano-novo é
meramente uma ocasião para um pouco de diversão”. Muitos pensam assim.
Independente da sua história pagã, o Ano-novo é um feriado inofensivo. De fato,
nesta época, os líderes religiosos, ao invés de denunciarem o paganismo da
festa, se juntam à ela, endossando-a. Será que trata-se mesmo de uma
festividade inofensiva? Ou há vítimas nela?
Talvez você não seja uma das vítimas
do ponto de vista físico. Basta olhar nos índices para verificar que nesta
época - e precisamente nesta data - há mais crimes, mais assassinatos, mais
acidentes, etc. E tudo por causa dos excessos cometidos em nome do "ano
novo".
Mas o que dizer do ponto de vista
cristão? Está a sua religiosidade "cristã" em perigo com esta
festividade?
Como O Cristão Deve Agir?
Se você pertence à qualquer religião
que se diz "cristã", deveria ter sempre em mente o valor prático do
conselho bíblico de Provérbios 22:3: “O
homem prudente percebe a aproximação do mal e se abriga, mas os imprudentes
passam adiante e recebem o dano..” - Versão bíblica católica Ave
Maria
Sim, você preveria os perigos de tal
festividade e se manteria longe dos excessos dela ... Se seus líderes religiosos
lhe explicassem isso. No entanto tudo o que você ouve deles é "feliz ano novo".
Mas o que dizer se você se considera
um cristão "praticante", "de verdade"?
Você acha que Pedro participou
das comemorações do ano novo de sua época? Ou ele, além de abandoná-las quando
se tornou cristão, aconselhou outros a fazerem o mesmo?
Observe o que ele escreveu sobre as
comemorações: “Baste-vos que no tempo passado
tenhais vivido segundo os caprichos dos pagãos, em luxúrias, concupiscências,
embriaguez, orgias, bebedeiras e criminosas idolatrias..” — 1ª
Pedro 4:3 - Bíblia Ave Maria.
Sem dúvida Pedro levou em consideração a origem pagã -
chamando-as de "idolatrias
criminosas" - das festividades que não fariam parte do
verdadeiro cristianismo do qual participava, nem mesmo por diversão. E o "ano
novo" moderno, conforme vimos é, na verdade uma festa pagã
travestida de "cristã".
O que fazer? Se você for católico,
terá aprendido que "Pedro o representa".
Mas nesse caso você estaria fazendo o que Pedro aconselhou, ou que o o seu
Padre, contrariando Pedro, lhe diz para fazer?
Ou se você for "evangélico"
menosprezaria o conselho do cristão Pedro em favor da tolerância de seus
'pastores' ao paganismo?
A resposta estará na sua consciência,
depois de você ler este artigo.
Publicado o grupo Taubaté
- SP, em 28/12/2016 aqui: